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SIBS “rejeita em absoluto” decisão da Concorrência e vai contestar coima de 14 milhões

A SIBS lembra que compete num mercado “com concorrentes globais de dimensão múltiplas vezes superior, não sediados em Portugal, que não foram considerados pela Autoridade da Concorrência na sua análise”. 
19 Março 2024, 12h53

A SIBS revelou que vai contestar a coima da Autoridade da Concorrência, depois de confirmar a receção da notificação da decisão. Ainda assim, em comunicado, a dona do Multibanco afirma que “rejeita em absoluto as conclusões da Autoridade”.

“A SIBS considera que as práticas referidas pela Autoridade são legais, que o processo não tem qualquer fundamento nem suporte jurídico ou económico, e não reconhece qualquer objetividade nas conclusões da Autoridade da Concorrência, a qual revela um profundo desconhecimento da realidade dos serviços de pagamento, a nível global e no mercado português, do sector e da atividade da SIBS”, aponta a SIBS em comunicado.

A Concorrência anunciou esta manhã a aplicação de uma coima de 13,86 milhões de euros à dona da rede Multibanco por “abuso de posição dominante” no acesso a sistemas de pagamento doméstico, considerando que a empresa obriga “os emitentes e adquirentes de cartões de pagamentos que procuraram aceder aos sistemas de pagamento do grupo a contratar também os seus serviços de processamento”.

A também dona do MB Way refere ser uma empresa que atua em “rigorosa conformidade com as regras que lhe são aplicáveis no contexto dos mercados nacional e europeus de pagamentos”. Mais, a SIBS lembra que compete num mercado “com concorrentes globais de dimensão múltiplas vezes superior, não sediados em Portugal, que não foram considerados pela Autoridade da Concorrência na sua análise”.

A SIBS relembra que tem investido em outros países europeus e contribuído “para a dinamização do mercado de pagamentos a nível europeu, uma vez que desenvolve soluções inovadoras que aumentam amplamente o número de alternativas para os seus clientes e consumidores, caracterizadas por elevados níveis de segurança e resiliência dos sistemas de pagamentos”.

No mesmo comunicado, a entidade indica que colaborou com a investigação da Concorrência “com total transparência e espírito de cooperação, como é seu apanágio, e apresentou diversos estudos económicos de especialistas de referência mundial, que contradizem, de forma clara e objetiva, as conclusões da Autoridade, e apontam a falta de sustentação das suas teses, pelo que não se conforma com a gravidade e ligeireza como estão a ser colocados em causa a sua boa conduta de mercado e o seu bom nome”.

“A Autoridade da Concorrência, no seguimento de uma série de tomadas de posição públicas que, ao longo dos últimos anos, visavam prejudicar a empresa, optou por adotar uma decisão sem fundamento, que vai inclusivamente em contraciclo com as posições das suas congéneres europeias no que respeita à política de concorrência no mercado de pagamentos, revelando um profundo desconhecimento do mesmo e procurando impor uma visão ultrapassada do funcionamento deste mercado, sem qualquer consideração pela inovação e dinamismo que o carateriza”, acusa a SIBS.

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