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Simulador de Pensões em vigor em maio de 2018

Afirma quem sabe que, o rácio dos benefícios pagos pela Segurança Social versus as contribuições pagas pelos contribuintes, é claramente superior para os benefícios atribuídos. Chegados aqui, haverá quem diga, tem mesmo que ser assim, por isso é que é um sistema social. Impõe-se então a pergunta fatal, e quem paga a diferença?
14 Maio 2018, 07h15

Esta semana, fomos informados da nova aplicação ou disponibilidade informática, com vista à realização de simulações da nossa pensão potencial, admitindo os seguintes critérios: possuir até à data 15 anos de descontos, e até aos 66 anos e 4 meses, idade atual para a reforma efetiva, considerar a sua remuneração atual, com um aumento de 0,5% do salário, bem como 0,5% da inflação.

Bom, analisada esta medida desta forma, parece ser uma ferramenta útil, mas que não passa ou passará na prática, de um mero exercício matemático. Em hipótese alguma, pode um governo hoje, assegurar com realismo o valor das pensões, por exemplo, para um trabalhador com 40 anos, e que reúna os requisitos acima descritos. Desde logo porque todos sabemos, que o nosso sistema de segurança social, a continuar na forma como está, dificilmente terá capacidade de alimentar e pagar as pensões devidas a longo prazo. É um sistema que atualmente se endivida, porque não consegue cobrar todas as contribuições às empresas, porque cada vez são menos os contribuintes líquidos, quer seja por emigração, por diminuição do número real de empresas, quer por índices de população mais envelhecida, e como tal, facilmente se perceberá, que um sistema destes ou é devidamente alimentado, mantendo as cobranças em dia, racionalizando as pensões, atacando as baixas médicas fraudulentas, enfim, todos os sorvedores de dinheiro público, que sabemos continuar a existir ou dificilmente se aguentará nos termos em que existe.

Afirma quem sabe que, o rácio dos benefícios pagos pela Segurança Social versus as contribuições pagas pelos contribuintes, é claramente superior para os benefícios atribuídos. Chegados aqui, haverá quem diga, tem mesmo que ser assim, por isso é que é um sistema social. Impõe-se então a pergunta fatal, e quem paga a diferença? Obviamente que será o Estado, que somos todos nós, ou seja, se imaginarmos uma empresa, cumpridora dos seus deveres fiscais e sociais, com todas as suas contribuições em dia, além de as suportar, ainda terá por via indireta, que pagar as insuficiências do sistema, por algumas das razões acima elencadas, e que em nada essa mesma empresa contribuiu para que acontecessem. Enfim, há muito para repensar, sabendo que não é nem será um trabalho fácil, mas que forçosamente um dia, por falta de dinheiro, esta reforma do sistema social terá que acontecer. Bem haja ao simulador, mas cuidado com as expetativas.

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