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Sindicato da PSP critica “pressões” da ANA para facilitar controlo no Aeroporto de Lisboa

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) pediu hoje ao Governo que não ceda a alegadas pressões da ANA -Aeroportos para facilitar o controlo fronteiriço em Lisboa com o objetivo de diminuir os tempos de espera.
5 Julho 2025, 12h41

Numa nota, a ASPP/PSP refere ter conhecimento de que a ANA – Aeroportos de Portugal “tem exercido pressão sobre a Polícia de Segurança Pública e o Governo para atenuar os controlos na fronteira de Lisboa, isto numa tentativa clara de diminuir os tempos de espera”.

O sindicato da PSP considerou “incompreensível e intolerável que o Governo” ceda aos interesses de uma empresa privada “cujo único propósito é aumentar os seus lucros”, numa altura em que o Executivo definiu o controlo da imigração como uma das suas prioridades.

Segundo a ASPP/PSP, é “tecnicamente impossível” assegurar o nível de segurança e controlo exigido pelo Regulamento de Schengen e, simultaneamente, acelerar o fluxo de viajantes no Aeroporto de Lisboa “sem colocar em causa toda a comunidade europeia”.

A ASPP/PSP subscreve as recentes declarações do homólogo espanhol: “Enquanto a Aena [operadora dos aeroportos em Espanha] procura benefícios, nós encarregamo-nos do mais importante — garantir a segurança e cumprir os compromissos estabelecidos no regulamento europeu. Bastaria substituir `Aena` por `ANA` para vermos o mesmo conflito de interesses no aeroporto de Lisboa.

A entidade sindical alertou que “os polícias de serviço nas fronteiras encontram-se exaustos”, porque nunca se registou um volume tão elevado de passageiros, que continua com a tendência de aumento.

“Todos os dias à ASPP/PSP chegam denúncias/pedidos de ajuda de polícias em desespero. E não apenas de associados”, disse, destacando que, “mesmo assim, continua-se com a estratégia de atrair mais passageiros para uma infraestrutura já saturada”.

A ASPP/PSP afirmou que “falta reconhecimento e falta compensação financeira” a estes agentes e salientou que “tudo fará para que um operador privado não interfira nos serviços públicos essenciais, sobretudo na salvaguarda da segurança nacional e do Espaço Schengen”.

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