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Sindicato dos médicos renova alerta para risco clínico na Urgência do Hospital de Leiria

O Sindicato Independente dos Médicos alerta para o agravamento da situação de carência vivida no Serviço de Urgência do Hospital de Leiria, onde, diz, há “escalas incompletas e equipas desfalcadas”. E renova apelo ao Governo e administração do hospital para que “não continuem a ignorar os problemas da falta de médicos”.
12 Novembro 2021, 18h10

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) voltou a alertar nessa sexta-feira, 12 de novembro, para o agravamento da situação de carência vivida no Serviço de Urgência do Hospital de Leiria. O alerta do SIM surge mais de dois depois de ter enviado uma carta ao presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), que integra o Hospital de Santo André (HSA), em Leiria, onde dá conta de que as equipas do Serviço de Urgência deste hospital “estão longe de cumprir os critérios de segurança clínica exigidos pela Ordem dos Médicos”.

O sindicato lembra que foi feito este aviso a 8 de setembro passado e que “lamentavelmente verifica-se que continua a falta de médicos para fazer face às necessidades desse serviço, com escalas para novembro e dezembro incompletas (mas ainda assim assinadas pelo Conselho de Administração) ao nível de todas as especialidades mas principalmente em cirurgia, medicina e ortopedia”.

Essas escalas, segundo o SIM, estão em “total incumprimento” com os requisitos mínimos de segurança para os doentes e para os clínicos, provocando, frisa, “instabilidade e insegurança”.

“O SIM torna público, mais uma vez, o apelo ao Governo e ao conselho de administração para que não continuem a ignorar os problemas da falta de médicos no Hospital de Leiria, que nem o cada vez maior recurso a empresas prestadoras consegue disfarçar”, afirma o sindicato, dando conta que muitos dos associados do SIM entregaram minutas de isenção de responsabilidade em trabalhar nestas condições.

“Apesar de terem sido enviadas diariamente e das comunicações da direção do SU ao conselho de administração reafirmando a escusa de responsabilidade, até agora não foi tomada qualquer atitude por quem de direito, mantendo o serviço de urgência em pleno funcionamento e colocando em risco a prestação de cuidados deste hospital”, acrescenta o SIM, considerando que “mais uma vez o CA do CH Leiria demonstra a sua total incapacidade de resolver o problema e, em vez de ´tapar o sol com a peneira”, deveria exigir meios para ultrapassar esta situação´”.

Para este sindicato a situação descrita “em conjunto com o Governo, demonstra uma incompetência em fixar médicos, gerando insuficiências na prestação dos serviços com qualidade neste hospital”.

O SIM defende ainda que não se pode pedir mais trabalho aos médicos quando estes estão a chegar no limite das suas capacidades, sinalizando que estão alguns já de baixa médica por burnout.

“O SIM manifesta a sua grande preocupação em relação aos factos referidos e reincidentes, exige soluções ao conselho de administração, à ARS Centro e ao Ministério da Saúde, e irá solicitar a intervenção da Ordem dos Médicos”, conclui.

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