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Sindicato dos motoristas acusa ANTRAM de “má-fé”: “Nunca recuámos. Não há clima para negociar”

“A ANTRAM publicou ontem que o sindicato recuou, mas o sindicato nunca recuou, deu prazo à ANTRAM para se adaptar”, disse Pedro Pardal Henriques, depois do sindicato ter marcado nova greve para dia 23 de maio.
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António Pedro Santos / Lusa
9 Maio 2019, 09h03

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) acusa os patrões do setor de agirem de “má-fé” durante as negociações para um novo acordo laboral e marcaram uma nova greve para o dia 23 de maio.

Esta foi a reação do sindicato dos motoristas de combustíveis ao comunicado da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) de quarta-feira à tarde, em que anunciou que o sindicato tinha recuado na sua exigência inicial de 1.200 euros de salário base, para aceitar um salário base de 700 euros mensais mais subsídio.

“Nunca recuámos na nossa negociação. Concedíamos um prazo para nos adaptarmos até 2022 para chegarmos aos 1.200 euros. Estão violados os princípios de boa-fé negocial”, disse o vice-presidente do SNMMP.

“Não cabe na cabeça de ninguém que o sindicato viesse recuar da exigência de dois salários mínimos nacionais para 700 euros. Isto não é verdade, não era isto que estava a ser discutido. Aquilo que estava pré-acordado era muito próximo dos dois salários mínimos nacionais”, afirmou Pedro Pardal Henriques em entrevista à RTP esta quinta-feira, 9 de maio.

Segundo o responsável, a ANTRAM pediu um prazo para as empresas se adaptarem a este aumento salarial, com o sindicato a aceitar esta calendarização. Em janeiro de 2020, o salário base iria passar para os 1.010 euros por mês; em janeiro de 2021, para os 1.100 euros mensais; em janeiro de 2022, para os 1.200 euros mensais.

“A ANTRAM publicou ontem que o sindicato recuou, mas o sindicato nunca recuou, deu prazo à ANTRAM para se adaptar”, afirmou na RTP.

“Isto não é verdade, isto é má-fé. Houve quebra de confiança e isto coloca em causa a negociação. Não estamos em condições [de continuar as negociações]. Não há clima para negociar”, garantiu Pedro Pardal Henriques.

Por sua vez, a ANTRAM disse que “não teve o intuito de obstaculizar ou prejudicar as negociações que estão a decorrer”, com a divulgação do comunicado de quarta-feira à tarde, onde aponta que o sindicato recuou nas suas exigências.

Os patrões dizem que não tiveram o “intuito de obstaculizar ou prejudicar as negociações que estão a decorrer. A ANTRAM está totalmente empenhada (…) em construir uma solução negocial de consenso com o SNMMP”, segundo um comunicado da associação patronal citado pela RTP.

A ANTRAM garante que “está totalmente empenhada em dar continuidade ao bom clima negocial e aos resultados obtidos na reunião”.

 

https://jornaleconomico.pt/noticias/sindicato-dos-motoristas-apresentou-contraproposta-salario-de-700-euros-mensais-mais-subsidio-diario-441974

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