O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab) fez um balanço positivo da greve que hoje terminou na unidade de Pombal da Sumol+Compal e antecipou novas paralisações.
“O balanço é positivo, os trabalhadores aderiram, estão unidos, estão firmes e prometem, se a empresa não ceder, voltar à luta”, afirmou à agência Lusa a dirigente do Sintab Mariana Rocha, também coordenadora da União dos Sindicatos do Distrito de Leiria.
Mariana Rocha assumiu que se está numa “espécie de braço de ferro” com a empresa, explicando que “os trabalhadores, para já, ainda não têm data marcada, mas aponta-se que, provavelmente, ainda em julho irão fazer greve”, depois de paralisações em abril, maio e agora esta.
“A empresa tem estado a recorrer ao trabalho suplementar para fazer face às encomendas e aos compromissos que tem, uma vez que os trabalhadores têm vindo a fazer, desde abril, dois dias de greve por mês, e os trabalhadores estão a ponderar também começar a fazer greve ao trabalho suplementar”, adiantou esta responsável.
Segundo Mariana Rocha, se a empresa “quiser paz social deve contactar e apresentar, já agora, proposta de aumentos aos trabalhadores diferente daquela que fez”.
A greve, que começou na quarta-feira, visou exigir aumentos salariais, a valorização das categorias profissionais e a negociação do contrato coletivo.
Nesse dia, trabalhadores deslocaram-se até aos Paços do Concelho de Pombal, no distrito de Leiria, onde foram recebidos pelo presidente do município, Pedro Pimpão, a quem entregaram uma moção.
Na moção, dirigida à Câmara Municipal e à população do concelho de Pombal, os trabalhadores afirmam que cumprem “mais uma jornada de luta” e lembram os milhões de euros de faturação registados pela empresa, “além dos largos milhões em ajudas do Estado e em benefícios fiscais”.
“A vida dos trabalhadores e do povo em geral está cada vez mais difícil, o custo de vida aumenta a cada dia. Os parcos aumentos anunciados pela Sumol+Compal não respondem às necessidades dos trabalhadores, nem refletem, minimamente, uma justa distribuição da riqueza criada pelos trabalhadores”, lê-se na moção à qual a agência Lusa teve acesso.
O documento adianta que, “reunião após reunião”, a administração da empresa é alertada “para o conjunto das injustiças que estava a cometer”, como “aumentos de salários baixos e que não respeitam a função e antiguidade da maioria dos trabalhadores”.
Considerando inaceitável que os lucros sejam para dividir com os acionistas que “nada produzem e que tudo levam”, os trabalhadores reclamam à administração da Sumol+Compal que “cumpra a sua parte no que respeita à sua responsabilidade social (…) na distribuição da riqueza de forma mais justa, num maior respeito pelos trabalhadores, por aqueles que criam riqueza”.
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