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Sindicato Independente de Professores ameaça prolongar greve às avaliações se Governo não ceder na reposição do tempo de serviço

A posição do Sindicato surge em resposta ao ultimato feito pelo Governo na reunião tida esta manhã, onde admitiu não repor qualquer período do tempo de serviço congelado aos professores, caso não fosse aceite a reposição de dois anos e dez meses.
4 Junho 2018, 21h30

O SIPE – Sindicato Independente de Professores e Educadores vai prolongar a greve às avaliações por várias semanas caso o Ministério da Educação (ME) não ceda nas negociações para reposição do tempo de serviço de nove anos, quatro meses e dois dias aos professores, disse o sindicato em comunicado.

A posição do Sindicato surge em resposta ao ultimato feito pelo Governo na reunião tida esta manhã, onde admitiu não repor qualquer período do tempo de serviço congelado aos professores, caso não fosse aceite a reposição de dois anos e dez meses.

 O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, confirmou hoje que os professores não vão ter contabilizado qualquer tempo de serviço congelado por terem falhado as negociações com os sindicatos.

A ausência de acordo “significa ficar tudo como estava”, disse o ministro da Educação aos jornalistas, no final de um dia de reuniões com os sindicatos de professores.

O ministro confirmou assim que os professores não vão ver contabilizados para efeitos de progressão na carreira os nove anos, quatro meses e dois dias que reclamam desde o início das negociações e que o Governo retira de cima da mesa a proposta para contabilizar cerca de dois anos e nove meses, colocando o ónus da decisão naquilo que considerou ser uma falta de flexibilidade por parte dos sindicatos para aproximar posições.

“Perante este impasse, e depois do Governo ter já reposto o tempo de congelamento à generalidade dos funcionários públicos, o SIPE pondera ainda estender a greve aos exames nacionais e às aulas que decorram até ao final do ano letivo, estando prevista já uma reunião com as restantes estruturas sindicais na próxima quarta-feira à tarde para debater estas formas de luta”, diz a nota.

“Se for preciso, se o Governo insistir em discriminar os professores, iremos manter a greve às avaliações ad aeternum”, refere Júlia Azevedo, presidente do SIPE, dizendo que “basta que um dos professores falte a uma reunião de avaliação para que esta seja inviabilizada e tenha de ser marcada novamente para as 48 horas seguintes”.

A dirigente sindical refere que, se a Tutela não ceder nestas negociações, “podemos prolongar este protesto até ao início do próximo ano letivo, com o mínimo de penalizações para os professores que, numa postura de camaradagem, estão dispostos a revezarem-se para prolongar o bloqueio às avaliações, sem colocar de parte estender a greve aos exames nacionais”.

Hoje a Federação Nacional da Educação, outra estrutura sindical dos professores, anunciou que chegou a acordo para manter a greve às avaliações a partir do dia 18, cujo pré-aviso de greve já foi entregue.

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