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Sindicatos de professores contra regresso às aulas presenciais em maio e defendem adiamento de exames

Os sindicatos consideram que ainda não existem condições para as aulas serem retomadas devido à epidemia da Covid-19. Já a realização de exames, suscita “muitas questões” ao sindicato porque só poderiam ocorrer se tivesse tido lugar um “ano letivo normal, o que de todo não ocorreu”.
7 Abril 2020, 11h34

A Federação Nacional da Educação (FNE) está contra o retomar das aulas presenciais em maio. A comunicação desta federação constituída por vários sindicatos acontece dois dias antes do Governo decidir se reabre as escolas depois da Páscoa.

A FNE, constituída por vários sindicatos, levanta “reservas a uma eventual decisão de retomar precipitadamente as atividades letivas presenciais na educação pré-escolar ou nos ensinos básico e secundário, já em maio, salvo informação mais consistente que possa vir a ser apresentada pelas autoridades de saúde e que, no contexto da evolução da Covid-19, salvaguarde a garantia de condições de segurança para todos quantos possam ser envolvidos, alunos, docentes e não docentes.”

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, reúne-se esta tarde com os vários atores da comunidade escolar para analisar a reabertura das escolas depois da Páscoa

Desta forma, os sindicatos apresentam três argumentos para que as aulas presenciais ainda não sejam retomadas.

Primeiro, a FNE aponta que a “preocupação com a garantia de realização dos exames não pode sobrepor-se ao respeito pela saúde pública”.

Os sindicatos consideram que “constitui um risco elevado determinar que as atividades letivas venham a ser presenciais, cedo demais, nem que seja para um só ciclo de escolaridade, tendo em linha de conta as características do nosso sistema educativo”.

Em segundo, defende que “apesar das suas limitações, devem ser adotadas modalidades de ensino a distância ao longo do 3ºperíodo letivo”.

Neste sentido, a FNE aponta que o Ministério da Educação deve promover a “rápida disponibilização de equipamentos e de acesso à Internet a docentes e alunos que não reúnam estas condições de participação nas modalidades de ensino a distância”.

Por último, os sindicatos exigem que os “procedimentos de progressão escolar têm de ter em conta a situação extraordinária que o país vive”.

A FNE sublinha que “independentemente das soluções que venham a ser adotadas, entende-se que no presente ano letivo não devem realizar-se nem as provas de aferição, nem os exames de 9º ano, e que preferencialmente também não deveriam realizar-se os exames de 11º e 12º anos, os quais, a realizarem-se, devem ser adiados, pese embora com consequências para um deslizamento da data de início do próximo ano letivo ou do acesso ao ensino superior”.

“É que a realização de exames, quer na sua época tradicional, quer mais tarde, suscita-nos muitas questões, até porque só poderiam ocorrer se tivéssemos tido um ano letivo normal, o que de todo não ocorreu”, segundo os sindicatos.

Entre as várias consequências negativas identificadas, a FNE considera “difícil que em junho se tenha reencontrado o necessário clima de segurança que permita a realização de exames em plena segurança e que, a concretizarem-se, certamente que com a aplicação de medidas especiais de proteção, o que certamente implicaria um desnecessário sentimento de insegurança para as Famílias dos alunos envolvidos”.

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