As fragilidades no sistema bancário europeu estão a tornar-se mais evidentes, avisam o Banco Central Europeu (BCE) e o seu homólogo português, à medida que as subidas de juros se fazem sentir na economia real e a crise imobiliária na zona euro piora. No caso nacional, a crise política é um risco acrescido e, apesar da posição bastante fortalecida em relação a períodos passados de turbulência, os elevados níveis de endividamento continuam a preocupar.
Os Relatórios de Estabilidade Financeira do BCE e Banco de Portugal (BdP), ambos divulgados esta quarta-feira, reconhecem que o abrandamento da atividade na zona euro constitui um risco claro para a sustentabilidade do Eurosistema, sobretudo num contexto de aperto monetário. Frankfurt fala mesmo em “sinais iniciais de stress”, levando a uma recomendação para os bancos fortalecerem as suas reservas de liquidez.
Há, contudo, um aspeto a agravar este risco: a chamada ‘banca sombra’. Estas instituições que atuam de forma semelhante a um banco têm, em média, posições de liquidez mais fracas, expondo-as a “súbitos fluxos de saída de investimento e grandes valores de cobertura adicionais [margin calls]”, uma ameaça também no sector dos fundos de investimento e pensões.
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