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Siza Vieira: China é “parceiro amigo”, mas Portugal quer “investimento produtivo”

Na conferência “Portugal-China, uma relação com futuro”, em Lisboa, ministro da Economia reforçou que China é “um parceiro comercial muito significativo”, desde logo por ser o 13.º cliente de exportações.
3 Dezembro 2018, 11h24

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse hoje que a China é um “país parceiro amigo de Portugal”, desde logo pela aposta chinesa em empresas do país, mas salientou a necessidade de conseguir um “investimento produtivo”.

“É um país parceiro amigo de Portugal e cuja relação Portugal preza. Somos um país bem integrado na União Europeia, membro da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte], mas que tem um relacionamento excelente com vários parceiros à volta do mundo e é nesse sentido que a relação que temos com a China tem sido muito importante”, disse o governante.

Falando na conferência “Portugal-China, uma relação com futuro”, em Belém, Lisboa, Pedro Siza Vieira reforçou que este país é “um parceiro comercial muito significativo”, desde logo por ser o 13.º cliente de exportações, o 6.º fornecedor de bens e por as trocas comerciais estarem a crescer.

Ainda assim, isso “reflete-se, sobretudo, ao nível do investimento estrangeiro” em Portugal, referiu o responsável, aludindo às “significativas aquisições de empresas e de ativos”, em áreas como as finanças, a energia e a comunicação social.

Em causa estão companhias como a Global Media, a Fidelidade, a Rede Energéticas de Portugal (REN), a EDP, o BCP, a EDP e o grupo Superbock, cujos responsáveis estão hoje presentes na sessão.

Relembrando que este encontro acontece na véspera da visita oficial do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal, Pedro Siza Vieira afirmou que o executivo português quer aproveitar tal ocasião para “elevar a relação política e diplomática a um plano distinto”.

“A ambição que ambos os países colocam nesta visita é significativa” e, do ponto de vista de Portugal, “gostaríamos de passar da aquisição de ativos para um investimento produtivo”, vincou o governante, falando em “áreas a explorar” como os setores automóvel e da mobilidade elétrica.

Além disso, continuou, Portugal quer “fazer crescer as exportações para a China”, aumentando assim a “penetração das mercadorias e serviços” portugueses, bem como fomentar o turismo.

Acresce o “investimento português [que será feito] no desenvolvimento das comunicações com o resto do mundo”, constituindo, assim, o país “como ponto de acesso [da China] para a Europa”, referiu o governante.

“Isso terá de respeitar as regras europeias, mas seguramente haverá a possibilidade de continuarmos a crescer nessa ordem de ideias”, adiantou.

Pedro Siza Vieira lembrou ainda que a relação entre Portugal e China “se foi consolidando nos últimos anos”, apesar de já ser antiga, e como exemplo assinalou o apoio dado por aquele país à candidatura de António Guterres a secretário-geral da Organização das Nações Unidas, em 2016.

Presente na ocasião, o embaixador da China em Portugal, Cai Run, considerou que a visita de terça-feira e quarta-feira “será uma visita de sucesso e com resultados frutuosos”.

Por seu lado, o presidente do Conselho de Administração do grupo Global Media, que organiza a conferência de hoje, disse que esta empresa de comunicação social está a “viver o sucesso dessa relação” com a China, desde logo por a empresa chinesa KNJ deter 30% do capital.

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