Com o sector da restauração maioritariamente fechado na conjuntura da pandemia da Covid-19, o Grupo Valouro, presidido por José António dos Santos, encontrou alternativas na exportação para a Mongólia para escoar a maior produção avícola portuguesa.
Em entrevista ao programa “Primeira Pessoa” da plataforma multimédia JE TV, o empresário explica que, sem transportes aéreos utilizáveis, avançou até à Mongólia, com camiões cheios de ovos para incubação. “No princípio de maio aumentamos as exportações para mais de dois milhões de ovos por semana que serão incubados na Mongólia”, refere o empresário.
O trajeto leva oito dias a percorrer de camião, entre Portugal e a Mongólia, mas resolveu, de imediato, as limitações de mercado que estavam a ser sentidas no Grupo Valouro pelos efeitos da situação de confinamento e emergência vividas em Portugal decorrentes da pandemia de Covid-19.
Trata-se do maior grupo agroindustrial português, com mais de 40 empresas e que emprega diretamente mais de 2800 trabalhadores, a Valouro ultrapassa 100 milhões de frangos e mais de 110 milhões de ovos para incubação. Em 2019 apresentou um volume de negócios conjunto de 409,9 milhões de euros e um lucro de 151,1 milhões de euros (menos 9,6% que em 2018).
Relativamente ao efeito da crise da pandemia na economia portuguesa, José António dos Santos considera que, no caso das empresas que já tinham problemas antes da pandemia e estavam com endividamentos excessivos, é previsível que “não resistam e encerrem”.
Mesmo assim, o presidente do Grupo Valouro está otimista. “Acredito que em 2021, a partir do segundo trimestre, entre abril, maio e junho, penso que a atividade vai dar um salto qualitativo, porque as pessoas ajustaram mais a produção ao comércio, uma vez que não veio turismo, nem vieram emigrantes, num mercado com os restaurantes fechados, isto faz com que realmente haja muito menos consumo. É nossa esperança que a pandemia passe e que comecem a reabrir as estruturas. Estou a ver a massificação na vacinação e penso que assim se vai resolver o problema provavelmente até ao verão”, vaticina o empresário.
José António dos Santos é igualmente o maior acionista da SAD do Benfica, onde controla 16,32% do capital em conjunto com a sua família, dos quais 13,62% são detidos diretamente. Considera que o Benfica deve reforçar a escola de formação de jogadores, promovendo a descoberta de jovens talentos portugueses que possam dar bons jogadores profissionais.
Sendo um dos maiores investidores imobiliários portugueses, revela que está a lançar projetos na área das residências seniores, criando unidades onde as pessoas reformadas possam ter qualidade de vida, assistidas pelos cuidados que necessitam.
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