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‘Clássico’ à porta fechada? Inédito em Portugal mas comum no estrangeiro

Nunca os ‘três grandes’ jogaram um encontro sem adeptos no estádio, muito menos quando estiveram frente-a-frente. No entanto, fora de Portugal, já existem vários casos.
2 Outubro 2018, 07h20

No próximo domingo, 7 de outubro, há clássico no estádio da Luz entre SL Benfica e FC Porto, a contar para a 7.ª jornada do campeonato português. O encontro tem sido marcado sobre a possibilidade de ser jogado à porta fechada, já que o Conselho de Disciplina (CD) da Liga confirmou os castigos de uma partida sem adeptos nas bancadas, quer ‘às águias’, como ao Sporting de Braga.

Ao contrário de encarnados e bracarenses, o Paços de Ferreira que também havia sido punido com um jogo à porta fechada, aceitou a decisão do CD da Liga, tendo já cumprido esse castigo na partida da taça da Liga frente ao Desportivo das Aves.

Na passada terça-feira, 25 de setembro, o SL Benfica e Sporting de Braga apresentaram um recurso para que essa decisão fosse anulada, mas o conselho de disciplina optou por manter os castigos, o que levou a que os dois anunciassem de imediato a decisão de recorrerem para o tribunal arbitral do desporto (TAD).

Esta decisão do CD levou a que o SL Benfica interrompesse de imediato a venda de bilhetes para o encontro com os ‘dragões’. Contudo, na quinta-feira, 27 de setembro, as ‘águias’ fizeram saber que o recurso, bem com o pedido de impugnação da decisão do conselho de disciplina havia sido entregue e como tal retomaram a venda dos ingressos.

Em relação ao SL Benfica, este castigo prende-se com a reincidência no arremesso perigoso de objetos com reflexo em jogos da época passada. Já no dia 31 de agosto, o Instituto Português da Juventude e do Desporto (IPDJ) considerou as claques dos encarnados como ilegais.

Já o Sporting de Braga foi punido devido a “agressões simples com reflexo no jogo por período igual ou inferior a 10 minutos”, da partida também da última temporada frente ao Sporting. Caso estes castigos se confirmem, os bracarenses disputariam sem público o jogo do próximo sábado, 6 de outubro, diante do Rio Ave e pela primeira em Portugal, um clássico seria jogado sem adeptos no estádio.

Algo inédito em Portugal, mas já visto por diversas ocasiões no estrangeiro. Há precisamente um ano, o Barcelona defrontou o Las Palmas, em Camp Nou, sem público nas bancadas, por força dos confrontos violentos na Catalunha sobre o referendo para a independência da região. O conjunto catalão pediu mesmo à federação espanhola o adiamento do encontro, algo que foi recusado, tendo o clube posteriormente decido jogar à porta fechada por razões de segurança.

Em 2017, na Grécia, o Olympiakos foi punido com quatro encontros à porta fechada depois de cenas de violência na partida da meia-final da taça, frente ao AEK de Atenas. Uma situação que já havia sucedido em 2015, entre os dois clubes para a mesma competição e que teve como protagonista Vítor Pereira, antigo treinador do FC Porto e que levou o campeonato grego a ter duas jornadas disputadas sem público nas bancadas.

Em março de 2015, o técnico português celebrou de forma efusiva o golo do ex-benfiquista Jara, no último minuto do jogo com o AEK de Atenas, para a taça da Grécia, o que gerou uma enorme confusão no estádio Olímpico e levou o árbitro a terminar mais cedo a partida. Um mês antes, Vítor Pereira já havia estado no centro das atenções ao tocar com a mão na barra da baliza junto da claque do rival Panathinaikos, o que provocou a ‘ira’ dos adeptos que invadiram o relvado.

Não se pense contudo, que as suspensões se aplicam apenas a clubes. Em 2006, a seleção da Turquia foi punida com seis jogos sem adeptos e em campo neutro, por confrontos entre os seus jogadores e técnicos e a congénere da Suíça, no playoff de acesso ao Mundial de 2006, disputado em novembro de 2005.

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