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‘Smartphones’ 5G com preços idênticos à geração anterior

Especialista da IDC diz que telemóveis 5G não são mais caros dos que os 4G. Estudo aponta que vendas deste tipo de equipamento vão pesar 50% do total.
5 Setembro 2021, 12h00

Apesar da quinta geração de a rede móvel (5G) ainda não estar comercialmente disponível em Portugal, o mercado já tem uma oferta sólida de smartphones preparados para o 5G, sendo que estes novos aparelhos são considerados uma das grandes tendências do mercado. Há, no entanto, uma questão que já levanta curiosidade: o preço e a relação custo-benefício de adquirir hoje uma ‘máquina’ que está preparada para uma rede e uma realidade que ainda não se vê em Portugal.

“Os smartphones 5G não são mais caros do que os 4G”, assegura ao Jornal Económico (JE) Francisco Jerónimo, vice-presidente da consultora IDC para a região EMEA.

Para o especialista, a questão em torno do custo de um smartphone 5G é que, para já, “as especificações de um telemóvel 5G são muito mais fracas”.
Questionado se as fabricantes de smartphones não poderão sair penalizadas nas vendas de smartphones 5G, uma vez que a rede ainda não está disponível, Jerónimo explica que tal não se verificará, obrigatoriamente, por duas razões: “Primeiro, a grande maioria dos telemóveis de alta gama são 5G, logo as pessoas não os compram porque têm 5G; em segundo lugar, os operadores, apesar de não poderem ainda lançar a rede, estão a fazer um push para que quando a nova rede for lançada comercialmente, eles consigam vender serviços porque os consumidores já têm telemóveis preparados”.

Desta forma, poder-se-á evitar o que aconteceu quando foi lançado o 3G ou o 4G, em que a grande maioria dos consumidores ainda não tinha telemóveis de nova geração e, por isso, os esforços dos operadores no lançamento de novos serviços demoraram a surtir efeito.
A grande questão hoje em dia, para Francisco Jerónimo, é que, “se o 5G estivesse disponível, haveria já mais inovação das empresas no desenvolvimento de serviços ou produtos que precisam de 5G”, mas isso ainda não se verifica.

Para os operadores, por sua vez, a situação é clara: tecnicamente, estão preparados para a nova rede, já comercializam smartphones 5G – por força da tendência já verificada noutros países que já têm a nova rede -, mas ainda aguardam pelo seu lançamento no país.
No caso da Vodafone Portugal, “cerca de 50% dos modelos disponibilizados na oferta” da empresa já estão preparados para o 5G. Quanto a preços, Miguel Caridade, diretor responsável pela área de Equipamentos da Vodafone Portugal , explica que “a tendência” é encontrar telemóveis 5G em “segmentos de entrada, sendo possível hoje a aquisição de smartphones 5G abaixo dos 200 euros”. Aponta que a massificação destes telemóveis será “muito mais rápida” do que nas anteriores gerações.

Daniel Queiroz Antunes, diretor de I&M, apoio técnico, logística e gestão de terminais da NOS diz que a disponibilização prévia de smartphones 5G “é desejável”, pois “garante que os portugueses estarão preparados para abraçar em pleno o novo paradigma”.

Embora não especifique, o quadro da NOS garante que um ano depois de começar a comercializar equipamentos 5G, o operador “já vê resultados expressivos no total de vendas, bem como a penetração a crescer de forma significativa na base de consumidores”.

Do lado da Altice Portugal, o diretor de Produtos e Serviço B2C da  Meo, Tiago Silva Lopes, reitera que a telecom está preparada para acompanhar o mercado assim que a nova rede estiver pronta.

Um estudo da Juniper Research aponta que as vendas de smartphones 5G vão representar mais de 50% das receitas globais do mercado dentro de quatro anos, passando de 108 mil milhões de dólares (cerca de 91,7 mil milhões de euros), para 337 mil milhões (cerca de 286 milhões de euros), em 2025, sendo que os preços dos smartphones 5G em sistema Android serão 65% mais baixos do que os aparelhos com sistema iOS (Apple).

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