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SNS e privados mostram sintonia sobre o papel da tecnologia na gestão da Covid-19

A pandemia veio trazer novas oportunidades para a integração da tecnologia na saúde, especialmente na óptica do paciente, que se viu forçado a acelerar a aceitação de formas de acompanhamento médico não-presencial, afirmaram Domingos Pereira e Isabel Luz, numa Web Talk organizada pela JE e a Huawei.
10 Julho 2020, 11h17

As instituições de saúde portuguesas, tanto as que constituem o SNS como os grupos privados, acreditam que a tecnologia vai ter um papel cada vez mais importante no futuro da medicina e do funcionamento das infraestruturas médicas.

As visões de Domingos Pereira, vogal do conselho de administração da SPMS (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde), e Isabel Vaz, CEO do grupo Luz Saúde, no Web Talk organizado esta sexta-feira pelo Jornal Económico em parceria com a Huawei, mostram alinhamento nos prconfocedimentos tomados em tempo de pandemia de Covid-19 e uma visão para o futuro com prioridades partilhadas.

“A pandemia trouxe uma oportunidade única para os sistemas de tele-saúde”, começou por defender Domingos Pereira, no evento que faz parte do ciclo de conferências “A Step Into The Future”. Pereira salientou ainda “a forma agressiva [como] fomos obrigados a deixar cair um conjunto de resistências” aos serviços de saúde não-presenciais.

“Se alguma coisa se ganhou com esta pandemia é a crença de que estas tecnologias e ferramente vão, no futuro, ajudar-nos a prestar cuidados com vantagens para todos – cidadãos, profissionais e erário público”, explicou.

Isabel Vaz concorda que a crise do coronavírus trouxe uma “aceleração da aceitação das plataformas” online, lembrando, por exemplo, um centro digital que Luz Saúde tinha a funcionar há três anos e que, até agora, pouca aceitação tinha tido.

A CEO salientou também a necessidade de integrar processos, de forma a melhor acompanhar os doentes, mas também aspetos não propriamente ligados a medicina, como a gestão das infraestruturas, estabelecimento de circuitos diferenciados ou a disponibilização de pagamentos contactless como contribuições fundamentais para a criação de um ambiente seguro em tempos de pandemia.

Também para o futuro ambos os administradores concordam na importância do investimento continuo no desenvolvimento de novas tecnologias, mas acompanhado de uma capacidade do uso dos dados gerados pelas mesmas para fins científicos.

Domingos Pereira acredita que “dentro de três a cinco anos teremos um sistema de saúde bem diferente e melhor para todos”, mas salienta da “quantidade enorme de dados de que passamos a dispor, dados que podem ser úteis e benéficos para a própria investigação e que ainda, em boa verdade, não estamos a usar plenamente”.

Isabel Luz destacou que a integração dos sistemas interdepartamentais das instituições de saúde contribuirá para esta maior quantidade de dados disponível, assumindo o investimento no talento na ciência de dados, especialmente dada a esperada escassez de talento na saúde.

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