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Só maiores estímulos orçamentais podem dinamizar economia da zona euro, diz DBRS

Agência de rating considera que últimas decisões do BCE terão “impacto limitado” a curto prazo. Mais medidas expansionistas na Alemanha e na Holanda poderiam melhorar perspetivas económicas.
2 Outubro 2019, 11h18

A DBRS considera que as medidas de estímulo monetário adotadas em setembro pelo Banco Central Europeu (BCE) são insuficientes para que a atividade económica dos países da moeda única ganhe dinamismo este ano. Num relatório publicado esta quarta-feira, a agência de rating entende que apenas uma expansão orçamental de maior magnitude na Zona Euro pode melhorar as perspetivas económicas da região.

Com a economia europeia a desacelerar e a inflação também em queda, o BCE anunciou em setembro um novo pacote de estímulos monetários, com um novo corte das taxas de juro nos depósitos e um novo programa de compra de títulos de dívida.

Na perspetiva da DBRS, esta flexibilização monetária, embora seja “favorável” à economia da Zona Euro, deve ter um impacto “limitado no curto prazo”. “É improvável que leve a um momentum de crescimento antes do final de 2019, em parte devido às incertezas externas”, justifica a agência de rating.

“Olhando para o futuro”, continua o relatório, “uma expansão orçamental potencialmente maior na Zona Euro, particularmente em países com espaço orçamental, incluindo a Holanda e a Alemanha, pode ser um risco positivo para as perspectivas económicas da Zona Euro”.

A análise macroeconómica da DBRS mostra que a fraqueza das exportações foi o principal fator a contribuir para a desaceleração da Zona Euro no segundo trimestre, que também já foi sinalizada no início do terceiro trimestre, em indicadores como a produção industrial.

A Alemanha e a Itália, com grandes indústrias ligadas ao setor automóvel, estão a ser penalizadas pela debilidade do mercado automóvel mundial, em particular na China, e com isso estão a travar o crescimento da região.

“Os países com exposição mais limitada ao comércio global, incluindo França e Espanha, ou aqueles que adotaram estímulos fiscais, incluindo França e Holanda, tiveram um desempenho melhor”, nota a DBRS.

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