O presidente do Governo Regional e líder do PSD Madeira afirmou, na quinta-feira, que não precisa do primeiro-ministro, Luís Montenegro, na campanha eleitoral para as eleições regionais de 23 de março, apontando que “só os partido fracos é que precisam de bengalas”.
“Não, não preciso de contar, porque só os partidos fracos é que precisam de bengalas. Nós não precisamos porque o PSD da Madeira sempre teve autonomia”, declarou Miguel Albuquerque, questionado pelos jornalistas se vai contar com o também líder do PSD na campanha eleitoral, que tem início no domingo.
Falando à margem do encerramento do Programa Operacional Madeira 14-20, no Funchal, Miguel Albuquerque disse que se o primeiro-ministro quisesse marcar presença seria bem-vindo, realçando, no entanto, que “neste momento não é necessário”.
Questionado, por outro lado, se a situação política a nível nacional, com possíveis eleições antecipadas, prejudicará o sufrágio na região, o chefe do executivo madeirense considerou que não, argumentando que “as pessoas dissociam completamente aquilo que se passa na Madeira daquilo que se passa a nível nacional”.
Miguel Albuquerque reiterou que é favorável à apresentação de uma moção de confiança por parte do primeiro-ministro, justificando que, caso contrário, será perpetuado “um pântano político”.
“Iam tentar, de uma forma ou de outra, grelhar o primeiro-ministro em fogo lento. Portanto, vamos devolver, acho eu, a palavra aos eleitores, os eleitores vão emitir um juízo de valor sobre aquilo que está em jogo, que é se querem um governo estável para Portugal ou se querem continuar nesta brincadeira de levantar suspeições sobre toda a gente”, afirmou.
O presidente do executivo madeirense defendeu que a agenda política para o país tem de ser centrada “em duas questões fundamentais: a necessidade de Portugal, inserido na União Europeia, ter uma posição sobre o futuro da Europa” e, por outro lado, “a necessidade de o país acompanhar um crescimento económico que é fundamental e uma estabilidade que é essencial para o futuro”.
“Se há duvidas sobre a possibilidade, ou não, deste primeiro-ministro continuar a governar, nós entendemos que sim, é melhor devolver a voz ao povo”, reforçou.
O Presidente da República admitiu na quarta-feira eleições antecipadas em maio, no final de um dia em que o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.
O voto de confiança foi anunciado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que “não foi avençado”, nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.
Se a moção for rejeitada no parlamento, Marcelo convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém “se possível para o dia seguinte” e o Conselho de Estado “para dois dias depois”, admitindo eleições a 11 ou 18 de maio.
Sobre se participará no Conselho de Estado, Albuquerque indicou que depende da sua agenda eleitoral.
A Madeira realiza eleições legislativas regionais antecipadas a 23 de março, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega ao Governo Regional minoritário do PSD, liderado por Miguel Albuquerque.
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