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Soares dos Santos: “Os pobres fizeram-se para a gente os transformar em classe média”

Numa entrevista de vida, Soares dos Santos falou também da classe política. Confessou ter admirado Mário Soares e considerou o atual secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “um homem inteligente”, mas sem capacidade para liderar o Governo. Queixou-se que Passos Coelho “não sabia ouvir” e que, “até hoje”, não sabe quem é António Costa.
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26 Fevereiro 2019, 14h53

O ex-administrador da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, de 85 anos, acredita que os “os pobres fizeram-se para a gente os transformar em classe média”, segundo uma entrevista dada ao ‘Observador’ esta terça-feira. Numa entrevista de vida, Soares dos Santos revelou também os próximos passos da dona da cadeia Pingo Doce.

O empresário que luta, atualmente, contra um cancro falou do momento em que assumiu a direção da Jerónimo Martins, em 1968, e de como levou a empresa a crescer – há 50 anos, a empresa empregava 300 funcionários, hoje são 110 mil. “Ao chegar (…) deparei-me com uma empresa que era o maior armazenista do país na época, mas com todo o mundo envelhecido. Porque o meu avô só dava emprego a quem tirasse um curso”, contou. Como se mudou isso? “Trabalhando…”, acrescentou. Soares dos Santos explicou que foi preciso “lutar para mudar” e transformar a retalhista numa “empresa moderna”.

E foi a falar nessa mudança que revelou que a Jerónimo Martins planeia reconstruir uma fábrica de leite em Portalegre, para evitar que os trabalhadores daquela unidade fossem para o desemprego. “Reconstruímos a fábrica, completamente nova. Por uma razão de emprego. Custa-nos ver pessoas no desemprego. Em Portalegre, se fecha uma fábrica, arrumou… Não há mais hipótese para aquela gente”, disse.

Na entrevista, o empresário ainda falou da classe política: “Tinha admiração pelo Mário Soares. O engenheiro Guterres era um homem inteligente, mas não foi feito para liderar o Governo. Um tipo interessante que me deixou boa impressão por um lado, como homem honesto e com vontade, foi o Passos Coelho, mas que não ouvia. Não sabia ouvir. (…) E o António Costa, até hoje não sei quem ele é”.

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