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Sobreviventes de ‘Kindertransport’ vão ser indemnizados pelo Governo alemão

Notícia chega 80 anos depois do início do ‘Kindertransport’, que salvou milhares de crianças entre 1938 a 1940. Em quase todos os casos, nunca reencontraram os pais, que acabaram assassinados. A grande maioria dessas crianças eram judias e estima-se que ainda estejam vivas cerca de mil sobreviventes.
18 Dezembro 2018, 16h41

Entre 1938 e até 1940, dezenas de comboios que partiram de vários países do centro da Europa ocupados pela Alemanha nazi, e que tinham a Holanda como destino, transportaram mais de dez mil crianças para porto seguro. Eram quase todas judias e corriam risco de deportação para os campos de concentração e extermínio do regime de Adolf Hitler.

Depois da viagem de comboio, milhares de crianças seguiam então de barco até ao Reino Unido, onde eram acolhidas por famílias voluntárias ou colocadas em pensões, quintas ou abrigos comunitários. Em grande parte dos casos, estas crianças seriam os únicos elementos das suas famílias a sobreviver ao Holocausto.

Este êxodo, organizado pelo Governo britânico e pela sociedade civil, perante a crescente ameaça nazi, ficaria conhecido como Kindertransport.

Hoje, 80 anos depois deste fenómeno, estes sobreviventes vão receber em 2019 uma indemnização por parte do Governo alemão no valor de 2.500 euros, segundo um acordo da Conferência sobre Reivindicações Materiais Judaicas Contra a Alemanha (mais conhecida como a Conferência de Reivindicações).

Esta compensação financeira dirige-se especificamente aos sobreviventes que na época eram crianças judias e fugiram para outro país sem a família. É estimado que cerca de mil sobreviventes ainda estejam vivos.

A Conferência de Reivindicações irá receber inscrições de sobreviventes e averiguar se estão dentro dos critérios acordados com o governo alemão. Mesmo que o sobrevivente já tenha tido alguma indemnização do governo, isso não o impedirá de receber um novo ”cheque”.

A Conferência de Reivindicações vai abrir um fundo Kindertransport a 1 de janeiro, data a partir da qual será possível enviar pedidos de indemnização de sobreviventes em qualquer parte do mundo.

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