Sócios da BCG concebem plano de 4 mil milhões de dólares para “realojar” 500 mil palestinianos
A consultora Boston Consulting Group terá concebido um plano para realojar 500 mil palestinianos da Faixa de Gaza e para esse efeito, assinou um contrato multimilionário com o objetivo de desenvolver um plano de ajuda para a população residente naquele enclave, revelou este sábado uma investigação do Financial Times.
Esta consultora norte-americana ajudou a criar a Fundação Humanitária de Gaza com o apoio dos Governos de Israel e dos EUA e apoiou uma empresa de segurança relacionada com esta fundação. Uma vez tornadas públicas estas iniciativas a Boston Consulting negou qualquer envolvimento no projeto e até afastou dois sócios no passado mês de junho.
O Financial Times acredita que o papel da consultora foi mais abrangente do que aquilo que foi tornado público: prolongou-se durante sete meses, envolveu quatro mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) de trabalho contratado e até implicou acesos debates internos na cúpula da Boston Consulting. A consultora calculou inclusivamente uma compensação de nove mil dólares por pessoa para que abandonasse voluntariamente a Faixa de Gaza.
Avança o jornal que mais de uma dezena de empregados da Boston Consulting trabalharam diretamente neste projeto entre outro e final de maio, cujo nome era “Aurora”. Diretores de topo da consultora debateram esta iniciativa, entre estes o diretor de risco da emprega e o responsável encarregado pelo impacto social das atividades da consultora.
A BCG enviou um esclarecimento ao Jornal Económico dizendo que “recentemente, os meios de comunicação social retrataram de forma incorreta o papel da BCG na reconstrução de Gaza no pós-guerra. Este trabalho foi iniciado por dois antigos sócios, apesar de o sócio principal ter sido claramente instruído a não o fazer. Este trabalho não foi um projeto da BCG. Foi planeado e executado de forma secreta, fora do âmbito e sem qualquer aprovação da empresa. A BCG rejeita totalmente esta iniciativa. A BCG não recebeu qualquer pagamento por este trabalho”.
(atualizada com declaração da BCG)
