[weglot_switcher]

Solução para habitação passa por baixar IVA na construção e novo Regime de Arrendamento Urbano, diz Overseas

Pedro Vicente, CEO da Overseas, afirmou esta terça-feira que baixar o IVA da construção para 6% e criar um Regime de Arrendamento Urbano integrado e desenvolvido com os agentes económicos, nomeadamente os promotores imobiliários, são fundamentais para atacar a crise na habitação em Portugal. “Sem isso não antevejo que se resolva esta crise”, sublinhou na conferência do JE e da EY sobre o OE2025.
29 Outubro 2024, 16h34

Pedro Vicente, CEO da Overseas, começou por  comparar ganhos – promotor imobiliário/agência imobiliária – para concluir que o promotor não é o mau da fita. “Não são os pobrezinhos do sector, mas também não são os papões”, afirmou, na conferência do Jornal Económico/EY, que decorreu esta terça-feira, 29 de outubro, no ISEG, em Lisboa.

O promotor imobiliário foi direto ao problema da crise da habitação, propondo duas soluções em conjunto: “baixar o IVA da construção para 6% e criar um  Regime de Arrendamento Urbano integrado e desenvolvido com os agentes económicos, nomeadamente os promotores imobiliários são fundamentais para atacar a crise na habitação em Portugal”. Para sustentar o argumento, lembrou os benefícios da baixa de IVA na recuperação e reabilitação dos centros históricos das cidades portuguesas a seguir à intervenção da Troika.  

“Foi o motor de atratividade que esperávamos desesperadamente”, salientou.

Mas os tempos são outros, adiantou: “Já não temos os centros históricos em cados, mas temos um problema gravíssimo de habitação”.

Pedro Vicente referiu depois que o problema não é do sector, que soube reinventar-se e aparece agora “mais capaz”, “mais sofisticada” e “mais adaptada às condições do mercado”, havendo até quem esteja a conquistar territórios que eram dominados por empresários pouco especializados e pouco conhecedores. “80% dos promotores imobiliários nacionais são pós-crise”, adiantou

O responsável pela Overseas, promotora imobiliária que se foca essencialmente no segmento premium, admitiu que há muita pressão sobre Lisboa, mas que está “preocupado” com a habitação para portugueses. “O problema, explicou, é que os custos da habitação continuam a aumentar e este Orçamento não os vai resolver assim”. “Se não damos o passo do IVA e um enquadramento legislativo para um novo  regime do arrendamento urbano que substitua a trapalhada que está feita para trás em que são precisos vários advogados para  o interpretar…. não antevejo que se resolva esta crise”, garantiu.

O Orçamento do Estado para 2025 é o primeiro orçamento do governo liderado por Luís Montenegro, proposto num quadro de fragmentação política no Parlamento e tem dominado o debate político nas últimas semanas, num clima de tensão.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.