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“Somos adeptos da minoria musculada no Sporting”, defende quarto maior acionista da SAD dos ‘leões’

Para Pedro Baltazar, não há nada de positivo no atual momento dos ‘leões’. “É preciso organização e liderança”, defende.
20 Fevereiro 2020, 09h30

O fundador da Nova Expressão acompanha atentamente a realidade do Sporting e, perante o cenário de instabilidade que o clube atravessa, considera que a empresa que gere o futebol do Sporting deve adotar um modelo designado de minoria musculada, em que é dado mais poder aos investidores. Sobre a atual gestão, Pedro Baltazar não vê um rumo estratégico e adverte que, se nada for feito, o clube pode mesmo ser obrigado a vender a maioria do capital da SAD.

A Nova Expressão SGPS é o quarto maior acionista da SAD do Sporting. O que defendem para a gestão da SAD?
A Nova Expressão SGPS já teve 12,5% do capital da SAD, mas foi obrigada a vender a participação ao próprio clube. O que queria, no entanto, ressalvar é que isto tem tudo a ver com a qualidade da administração da SAD. Não reconheço capacidade a esta gestão da SAD, não vejo qualquer plano estratégico, nem know-how do futebol. Existindo qualidade internamente, pode haver um modelo que seja mais eficaz e que defenda a posição dos sócios.

Defende para a Sporting SAD um modelo em que se dê poder aos investidor, designado de minoria musculada?
Somos claramente adeptos do modelo de minoria musculada. Pode-se gerir com 50% mais um, mas o Sporting, que será sempre maioritário, tem que respeitar e atrair um conjunto de acionistas com um know-how que ajude à gestão. No Sporting, a direção do clube cumpre o seu papel, mas a administração da SAD é o mais negativo, até porque tem alguma tendência para não respeitar os acionistas atuais. Há o problema das VMOCS e é extremamente perigoso não respeitar esses acionistas. É importante dar mais poder aos investidores e trazer novas ideias para o clube.

Como vê o estado atual do Sporting?
Péssimo. Não vejo nada de positivo. Isto das claques é uma má desculpa relativamente à ineficiência da gestão. O Sporting não pode ter uma equipa com esta qualidade exibicional e, ao longo de ano e meio, não vejo resultados nem plano estratégico. Neste período, a SAD acabou por investir muito acima do que estava a pensar mas fê-lo mal. Mais do que isso, é preciso organização, liderança e um treinador ‘à prova de bala’. O Sporting pode correr para caminhos ainda mais negativos e chegar a um ponto em que haja uma maioria externa de capital e, nesse caso, quem vai dirigir o clube será alguém que se vai aproveitar desse investimento. Não antevejo nenhum português que possa gerir o Sporting na atual condição em que se encontra.

Como olha para o processo da OPA à Benfica SAD e para o rumo do FC Porto?
O SL Benfica, com o processo de OPA do clube à SAD, vai atrair investidores minoritários que, por sua vez, lhe vai trazer uma robustez diferente. Por outro lado, o FC Porto tem uma dívida elevadíssima, mas tem um credor forte que é a sua tesouraria e um modelo que está a atingir algum limite. Creio que a FC Porto SAD será a primeira SAD com maioria não portuguesa.

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