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“Somos gestores de mobilidade e apoiamos a transição energética”

Preocupados com o ambiente e com o futuro da mobilidade, a multinacional francesa e líder europeia, ALD Automotive “tem a responsabilidade de preparar a evolução (transição energética) na área da mobilidade”.
28 Fevereiro 2019, 09h20

O gestor diz que a empresa está “obviamente” preparada para a transição energética e acrescenta que as empresas que têm frotas “estão numa situação complexa, com modelos insuficientes dada a necessidade de testar individualmente as diversas combinações com a introdução do WLTP, e que acabam por não representar necessariamente a solução de viaturas que precisam dentro das frotas”. Acrescenta que como gestores de mobilidade têm o papel de “preparar (o mercado) e aconselhar sobre a sua evolução”. Manuel de Sousa alerta que o mercado ainda é muito diesel e “ainda não existe um mercado com alternativas suficientes. Temos carros topo de gama híbridos e se uma empresa precisa de fazer 300 quilómetros não será com um elétrico, pois terá dificuldades em voltar. Os construtores terão de evoluir nesta área, assim como as infraestruturas de carregamento na cidade, que são pouco acessíveis.”

Nova plataforma

Lançada há alguns meses, a plataforma da ALD Automotive constitui uma verdadeira ferramenta de ajuda aos frotistas e condutores. Desde logo, pelo aconselhamento do utilizador em função da tipologia e do uso, permitindo uma decisão adequada sobre o tipo de energia a adotar, eletrificada ou motor de combustão. Pensamos que nas frotas nos veículos topo de gama a opção serão os plug-in híbridos. Mesmo para quem percorre muitos quilómetros terá de perceber que no futuro terá de mudar a tipologia.

A ALD Automotive já arrancou com a substituição de 160 veículos da frota de ligeiros de passageiros da Câmara de Lisboa por veículo citadinos 100% elétricos. Esta ação diz o gestor, pretende contribuir para uma cidade sustentável em termos de ambiente. A empresa tem tomado diversas opções para permitir a empresas e particulares uma escolha energética mais responsável. O gestor acredita que a companhia “está no caminho certo mas os volumes de vendas dos elétricos continuam reduzidos”. E com cerca de 20 mil carros sob gestão em termos médios, apenas uma percentagem muito reduzida são elétricos ou híbridos. Manuel de Sousa enfatiza, no entanto, que há três anos o peso na frota era de zero.

A plataforma Energy começou em França, Bélgica e Luxemburgo e chegou depois a Portugal. O lançamento diz o gestor, “depende muito da maturidade do país ou do esforço que um país obviamente faça. França está mais sensível para o fenómeno e quis reforçar a posição que já tinha relativamente aos elétricos. Para nós, em Portugal, estamos a arrancar com o tema”.

De alguma forma, a ALD Automotive está à frente dos próprios clientes nesta realidade e o gestor confirma que a empresa “está pronta para ajudar os utilizadores a entender a transição, podemos aconselhar e já fizemos os ajustes necessários para essa realidade”. Os portugueses estão a caminhar para a transição energética mas “vão levar o seu tempo”. Frisa: “Os portugueses gostam de carros e o elétrico não é tão sexy. Quando cheguei a Portugal, considerava que as pessoas conduziam com excesso de velocidade, mas a verdade é que reduziram muito, mas terão de reduzir ainda mais no centro das cidades. Temos de ver o cidadão e a segurança como uma prioridade, principalmente nestes centros urbanos. Em modo elétrico, os condutores vão tornar-se mais conscientes”.

Sublinha que na empresa o “ADN está na economia verde”. O sharing já existe há muito e o gestor assinala que essa é a tendência. “Em vez de a empresa dar um carro a cada funcionário, pode apresentar uma “pool” de viaturas que são geridas via portal eletrónico, com cada um a fazer a sua reserva com a devida autorização e com partilha da viagem para funcionários que poderão deslocar-se juntos”. O sharing do futuro implicará mais flexibilidade, afirma. “Ainda estamos muito fechados num contrato de três ou quatro anos, para além da lógica do medo do carro elétrico que não permite ir ao Algarve em termos de autonomia. A alternativa passa por um contrato com direito a utilização de um carro térmico, para uso por exemplo em período de férias. Se o cliente precisar de um carro maior e com capacidade de autonomia durante um período de dias por ano poderá ter acesso a um carro de combustão dentro da mesma flexibilidade de contrato. O resto do ano pode ter um contrato para um elétrico. Esta será a próxima novidade para este ano”.

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