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Sonaecom com forte quebra dos lucros no final de setembro

O resultado líquido atribuível ao Grupo fixou-se em 34,9 milhões, abaixo dos 83,3 milhões apresentados nos nove primeiros meses de 2022, devido à evolução quer do resultado direto, quer do resultado indireto.
3 Novembro 2023, 17h58

A Sonaecom apresentou resultados diretos de 20,8 milhões de euros no 3º trimestre do ano e de 39,7 milhões no final dos primeiros nove meses do ano – com os resultados líquidos atribuíveis a acionistas a serem de 20,8 milhões e de 34,9 milhões para os mesmos intervalos de tempo. Na comparação com o mesmo período do ano passado, os resultados de então haviam sido de respetivamente de 35,2 milhões e 83,3 milhões, pelo que houve uma forte queda, de 41% no terceiro trimestre e de 58% nos nove primeiros meses de 2023.

Os resultados referentes ao ano passado foram impactados porque “desde maio de 2022, os saldos de balanço da Maxive foram classificados como detidos para venda e todos os períodos comparativos foram reexpressos para incluir os resultados da Maxive como uma unidade descontinuada na demonstração de resultados”, refere o grupo.

“A Estrutura de Capitais, após os investimentos relevantes do trimestre, mantém-se robusta com uma posição de liquidez de 158,1 milhões”, refere o grupo, que especifica que no dia 20 de julho passado, celebrou contrato de compra e venda para aquisição à Sonae SGPS, de 58 204 920 ações representativas de 11,30% do capital social e 11,38% dos direitos de voto da NOS – SGPS, ao valor de 3,6527 euros por ação, perfazendo o valor global de 212,6 milhões de euros”.

Por força da referida aquisição, a “Sonaecom passou a deter diretamente 192 527 188 ações da NOS, representativas de cerca de 37,37% do respetivo capital social e de 37,65% dos direitos de voto.

Durante o 3º trimestre, “a Bright Pixel continuou a explorar novas oportunidades de expandir o seu portefólio ativo, o qual já inclui mais de 40 empresas em todo o mundo, e reforçou alguns dos investimentos já existentes. Esses investimentos conduziram a um ligeiro aumento do NAV e do Capital Investido no portefólio ativo para 332 milhões de euros  e de 167 milhões, respetivamente”. Desde o início do ano, a Bright Pixel investiu um total de 33,5 milhões e alargou o seu portefólio com seis novas empresas.

O volume de negócios atingiu os 13,4 milhões, aumentando 2,6%, quando comparado com os nove primeiros meses do ano passado (-4,2% no 3T23). “Esta evolução positiva foi impulsionada quer pela área de Media quer pela Bright Pixel”. O EBITDA alcançou os 34,2 milhões de euros nos nove primeiros meses, tendo sido negativamente impactado pelo contributo das empresas consolidadas pelo método de equivalência patrimonial e pela inexistência de mais valias, uma vez que não foram registadas vendas neste período.

A contribuição das empresas consolidadas pelo método de equivalência patrimonial diminuiu 6,7% nos nove primeiros meses do ano, devido ao menor resultado líquido da NOS, a qual nos 9M22 tinha registado uma mais valia relevante relacionada com a venda das torres. Esta evolução negativa, refere a empresa no comunicado à CMVM, anulou totalmente o efeito positivo decorrente do aumento da participação da Sonaecom na NOS.

Assim, o Resultado Direto diminuiu para 39,7 milhões de euros no período referido, face aos 51,1 milhões do homólogo de 2022, explicado essencialmente pelo menor nível de EBITDA.

O resultado indireto registou o valor negativo de cinco milhões (100 mil euros negativos no 3T23), maioritariamente justificado por ajustes ao justo valor de alguns ativos do portefólio da Bright Pixel. Nos 9M22, os resultados indiretos foram positivamente impactados pelos ajustamentos ao justo valor de alguns ativos do portefólio, nomeadamente da Cybersixgill e da Sales Layer, e por impactos positivos relevantes da evolução das taxas de câmbio.

O resultado líquido atribuível ao Grupo fixou-se em 34,9 milhões abaixo dos 83,3 milhões apresentados nos 9M22, devido à evolução quer do resultado direto, quer do resultado indireto.

A posição de cash fixou-se em 158,1 milhões no final dos 9M23, 216,3 milhões abaixo de dezembro de 2022, devido essencialmente aos 212,6 milhões de euros de investimento nas ações da NOS, aos 33 milhões de investimento da Bright Pixel, aos 9,2 milhões de dividendos pagos e ao cash-flow operacional, resultados financeiros e impostos negativos de 5,6 milhões, parcialmente compensados pelos 43,3 milhões de dividendos recebidos da NOS.

Durante os 9M23, a área de investimento tecnológico continuou a expandir o seu portefólio a bom ritmo, refere o grupo, tendo investido em seis novos ativos nos segmentos de cibersegurança, software de infraestruturas, aplicações e tecnologias de retalho.

Estes investimentos elevaram o total de Capital Investido no portefólio ativo para os 167 milhões no final dos 9M23 (+25,1% vs 2022). Em termos de valor, e quando comparado com o final de 2022, o NAV ativo aumentou 8,7% para os 332 milhões, maioritariamente devido ao impacto das aquisições ocorridas no período.

A NOS reportou os seus resultados ao mercado no dia 2 de novembro, apresentando mais um trimestre positivo quer em termos operacionais, quer financeiros. No 3T23, a empresa registou um aumento de 6,9% nas receitas consolidadas para os €408m, impulsionado por uma evolução operacional positiva quer no segmento das telecomunicações (+4,7% yoy), quer no segmento de Media e Entretenimento (+37,2%), o qual registou um recorde de vendas de bilhetes de cinema. No final dos 9M23, a receita total registou um crescimento de 5,3% para os 1,2 mil milhões de euros. O EBITDA também manteve a sua tendência positiva, registando um crescimento de 12,7% face ao 3T22 (para os 200 milhões) e de 10,6% face aos 9M22 (553 milhões). O resultado líquido alcançou os 46 milhões de euros no 3T23, representando um crescimento de 6,4% face aos 9M22, excluindo o impacto das mais-valias geradas nas vendas das torres registado no ano anterior, e apesar do aumento nos custos financeiros líquidos.

Para os resultados consolidados da Sonaecom, o contributo do método da equivalência patrimonial alcançou os 21,3 milhões no 3T23, e 40,9 milhões nos 9M23, positivamente impactado pelo aumento da participação no capital da NOS, impacto esse que foi totalmente compensado pelo efeito da mais-valia registada em 2022 na NOS no seguimento da venda das torres.

Nos media, o jornal “Público” apresentou um aumento geral das receitas de 2% face aos 9M22. Apesar da performance positiva ao nível das receitas, os aumentos nos custos diretos, principalmente no papel e nos custos com pessoal, contribuíram para uma queda de rentabilidade, quando comparada com os 9M22.

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