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Sonangol avança com construção da refinaria de Cabinda

“A decisão final de investimento representa um dos principais objetivos estratégicos do Governo Angolano. A construção desta Refinaria proporcionará um aumento da capacidade de processamento de petróleo bruto a nível nacional e uma redução considerável da dependência do país na importação de produtos refinados”, diz Sebastião Gaspar Martins.
30 Outubro 2020, 21h42

A petrolífera estatal angolana Sonangol anunciou esta sexta-feira que a empresa britânica Gemcorp Capital “tomou a decisão final de investimento para a construção da refinaria de Cabinda”, que terá a capacidade diária de refinação de 60 mil barris de petróleo bruto.

De acordo com um comunicado da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), a futura refinaria de Cabinda será edificada na planície de Malembo, cerca de 30 quilómetros a norte da cidade de Cabinda, tendo os trabalhos de desminagem e tratamento de terreno para a construção das infraestruturas de apoio sido concluídos em agosto deste ano.

A “decisão final de investimento representa um dos principais objetivos estratégicos do Governo Angolano. A construção desta Refinaria proporcionará um aumento da capacidade de processamento de petróleo bruto a nível nacional e uma redução considerável da dependência do país na importação de produtos refinados, conforme previsto no Plano de Desenvolvimento Nacional”, apontou o presidente do conselho de administração da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, citado no documento.

O presidente da Gemcorp, Atanas Bostandjiev, considerou que o investimento privado “demonstra o compromisso” da empresa com “o desenvolvimento de ativos estratégicos angolanos”.

“A Gemcorp está animada para entregar este projeto e apoiar os objetivos estratégicos de longo prazo do governo angolano de independência energética e criação de empregos em Angola”, disse o administrador.

A intenção de a Gemcorp avançar para a construção da refinaria de Cabinda foi fechada na quinta-feira, 29 de outubro, dia em que se realizou uma consulta pública sobre o projeto.

Espera-se que durante a primeira fase do projeto, que deverá custar 220 milhões de dólares (189 milhões de euros ao câmbio atual) esteja prevista a produção de 30.000 barris diários.

Com a segunda e terceira fase do projeto, cujo desenvolvimento totalizará 700 milhões de dólares (600 milhões de euros), a capacidade de refinação aumentará em 30.000 barris diários, para 60.000 barris de crude por dia.

O projeto abrangerá uma área total de 313 hectares, mas na primeira fase ocupará apenas 30 hectares. O terreno situa-se a cerca de 3,8 quilómetros da aldeia mais próxima (Malembo).

Com este projeto a Sonangol espera que sejam criados “aproximadamente 2.000 empregos diretos e indiretos para a comunidade”.

A Refinaria de Cabinda será construída em três fases, sendo que se prevê o arranque da primeira fase, no primeiro trimestre de 2022, “altura em que a Refinaria de Cabinda já estará em condições de cobrir a demanda de combustíveis no país”, diz uma nota sobre a consulta pública realizada na quinta-feira.

“A segunda fase terá o seu término no segundo trimestre de 2023 e a terceira, e última fase, no segundo trimestre de 2024”, acrescenta o documento.

Em janeiro deste ano, a Sonangol e a Gemcorp Capital, empresa sediada em Londres mas com capitais russos, assinaram um acordo para a construção desta refinaria.

Inicialmente, a construção foi adjudicada ao consórcio United Shine, mas a petrolífera estatal angolana anunciou ter rescindido o contrato alegando “incumprimento das ações acordadas” e “não garantia” de financiamento, entre outros aspetos.

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