O vencedor global dos debates entre líderes partidários realizados nesta segunda-feira foi António Costa, com o primeiro-ministro a ter o melhor desempenho para os portugueses, segundo uma sondagem da Aximage feita para o Jornal Económico. No entanto, o líder social-democrata Rui Rio obteve uma ligeira vantagem entre os entrevistados tanto no debate televisivo noturno, organizado pela RTP1, como no debate matinal, feito em conjunto pela Antena 1, Rádio Renascença e TSF.
Entre os 5,6% dos entrevistados que só ouviram o debate radiofónico que opôs António Costa a Rui Rio foram 38,7% os que reconheceram melhor desempenho ao presidente do PSD, enquanto 37,9% apontaram o primeiro-ministro e líder socialista como o melhor. Para 21,4% foram ambos ou nenhum, e outros 2% não deram opinião.
Já para os 48,6% que viram o debate televisivo na RTP1 (incluindo 10,9% que também ouviram o debate radiofónico), Rui Rio foi o melhor dos líderes partidários intervenientes para 31,2% e o pior para 8,3% (sendo de entre os seis aquele que menores opiniões negativas recolheu), com saldo positivo de 23 pontos percentuais. Muito próximo, António Costa foi o melhor para 30,9% e o pior para 11,8%, com um saldo positivo de 19 pontos.
Igualmente bem avaliada pela sua prestação televisiva, a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, foi a melhor no debate da RTP1 para 18,9% e a pior para 8,9%, com um saldo de dez pontos que a destaca dos restantes, todos com avaliação negativa. Particularmente evidente é o contraste com o terceiro vértice da atual “geringonça”, pois o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, teve um saldo de nove pontos negativos, determinado por apenas 1,5% dos entrevistados o terem apontado como o melhor, contra 11% que o viram como o pior.
Quanto à líder do CDS-PP, Assunção Cristas, houve 7,1% que a consideraram a melhor, mas os 22,6% para quem foi a pior ditaram um saldo negativo de 15 pontos, deixando para a “lanterna vermelha” André Silva, do PAN – Pessoas, Animais, Natureza, com um saldo negativo de 26 pontos, decorrentes da diferença entre os 2,9% para quem o atual deputado foi o melhor e os 28,5% que o consideraram o pior.
Costa vence na globalidade
Apesar da ligeira vantagem de Rio nas perguntas sobre cada um dos dois debates, uma terceira questão da sondagem “Avaliação do desempenho dos líderes partidário nos debates para as legislativas”, relativa à avaliação global, confirmou António Costa à frente. O líder socialista teve um saldo positivo de 19 pontos percentuais (29,1% dos entrevistados consideram que foi o melhor, enquanto 10,2% disseram que foi o pior) na globalidade dos debates, mas com Rui Rio muito perto, pois o presidente do PSD apresenta um saldo positivo de 17 pontos (25,5% disseram que foi o melhor, sendo apontado como o pior por apenas 8,6%).
Além deles, a única a ter avaliação positiva foi a líder do Bloco de Esquerda, pois Catarina Martins foi a melhor nos debates para 10,4% dos inquiridos e a pior para 5,6%, com um saldo de cinco pontos. Abaixo dessa linha, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, só foi considerado o melhor para 2,7%, enquanto 7,3% o viram como o pior, tendo um saldo de cinco pontos negativos.
Muito atrás, segundo a sondagem da Aximage, ficou Assunção Cristas. Apesar de a presidente do CDS-PP contar com 5,1% dos entrevistados que a apontaram como a melhor nos debates, outros 21,7% deram-lhe a classificação de pior, resultando num saldo de 17 pontos negativos. Pior só mesmo André Silva, do PAN – Partidos, Animais, Natureza: além de só ser o melhor para 2,6% (ligeiramente abaixo de Jerónimo de Sousa), nenhum líder partidário foi rotulado de pior, merecendo tal classificação para 23,7% dos inquiridos, com um saldo negativo de 21 pontos percentuais.
Entre os 302 entrevistados na sondagem “Avaliação do desempenho dos líderes partidários nos debates para as legislativas”, 45,8% não viram ou ouviram nenhum dos debates desta segunda-feira, 23 de setembro, enquanto 10,9% ouviu e viram ambos, 37,7% só viram o debate televisivo e 5,6% só ouviram o debate radiofónico.
FICHA TÉCNICA
Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.
Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando idade e região, a partir do universo conhecido, reequilibrada por habitat (3), género (2), escolaridade (2), e voto anterior. A amostra teve 302 entrevistas efetivas: 72 entre os 18 e os 34 anos, 95 entre os 35 e os 49 anos, 83 entre os 50 e os 64 anos e 52 para os 65 e mais anos; Interior Norte e Centro 28, Litoral Norte 40; Área Metropolitana do Porto 50; Litoral Centro 59; Área Metropolitana de Lisboa 85; Sul e Ilhas 40.
Técnica: Aplicação online – CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) – de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos; entrevistas telefónicas – metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos políticos, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 65 e mais anos. O trabalho de campo decorreu no dia 24 de setembro de 2019. A taxa de resposta obtida através do método CATI foi de 66,7%.
Erro probabilístico: O processo amostral, não sendo aleatório, implica a não indicação do erro probabilístico. Contudo, para efeitos de comparação, para uma amostra probabilística com 301 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,028 (ou seja, uma “margem de erro” – a 95% – de 5,60%).
Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de João Queiroz.
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