Os modelos de trabalho alteraram-se nestes últimos dois anos e as expectativas dos colaboradores em relação às empresas também. A Microsoft tem expressão global e fornece software a empresas. Desempenha um duplo protagonismo na mudança. Dentro de casa foram muitas e o processo está longe de terminar.
“Já tínhamos uma prática de trabalho móvel e flexível e mesmo assim sentimos a necessidade de repensar a forma como estávamos a trabalhar e a forma como vamos planear o nosso trabalho no futuro”, afirmou Sónia Falcão, Solution Sales Manager for Modern Workplace and Business Applications in the Enterprise Segment da Microsoft Portugal, esta terça, feira, 22 de fevereiro, na conferência A experiência do Colaborador no Mundo Híbrido.
Na conferência participam também Rita Lago, Corporate Culture & People Engagement manager da Fidelidade, e Tiago Borges, Career Business Leader da Mercer Portugal, e O Jornal Económico é media partner. O sub-diretor Ricardo Santos Ferreira moderou e quis saber: o que mudou?
À semelhança de muitas outras organizações, também os colaboradores da Microsoft aproveitaram a oportunidade dada por estes dois anos para repensar a sua relação com o trabalho, a sua relação com a empresa e as expectativas que têm em relação à empresa. “Um dos desafios que enfrentamos atualmente e com o qual estamos a tentar lidar é algo a que o nosso CEO, Satya Nadella, chamou de ‘paradoxo híbrido’”. Se, por um lado, uma parte significativa dos colaboradores quer continuar a tirar partido da flexibilidade do trabalho remoto, por outro lado, continuam a pedir mais interação presencial, sentindo saudades das ligações que se estabelecem dentro das equipas e fora.
“A Microsoft está a aprender a lidar com este paradoxo — afirma Sónia Falcão — É neste ponto que estamos”.
A Solution Sales Manager lembra que faz parte da cultura da empresa ouvir ativamente os colaboradores, através de variadíssimos surveys. Esta prática foi reforçada nos últimos dois anos para melhor acompanhar o que se estava a passar com todos e cada um e com base no feedback e nas aprendizagens, a empresa repensou alguns aspetos em termos de gestão e de comunicação e da própria cultura da empresa. Exemplos?
No campo da gestão, desde logo, os managers saem claramente reforçados no acompanhamento dado aos seus colaboradores, desempenhando um papel cada vez mais importante e em variadíssimas situações.
Um caso particular é o onboarding (processo de integração) de novos colaboradores, que teve que ser repensado. A comunicação desempenhou um papel preponderante como elemento agregador das equipes e da organização em todo o processo. Foram criadas várias iniciativas, entre as quais, Sónia Falcão referiu, um espaço de convívio quinzenal dedicado a variadíssimos temas que vai manter-se e um concurso, por ocasião do chamado Blue Monday, o dia mais deprimente, dedicado às músicas mais alegres de todos os tempos. É este tipo de iniciativas que cada vez mais a empresa vai procurar dinamizar, adiantou.
“A própria experiência em reunião híbrida teve que ser repensada — e nós já tínhamos reuniões híbridas. Tivemos que começar a sistematizar um conjunto de boas práticas que é, de facto, necessário incorporar como regra”, adiantou Sónia Falcão.
Primeira regra: as reuniões são híbridas, por omissão, i.e., os colaboradores podem participar presencialmente ou remotamente. Nunca se assume que as pessoas têm que estar fisicamente presentes. “Caso queiramos que as pessoas estejam fisicamente presentes, temos que o dizer explicitamente e estar sempre preparados para quando isso não acontece. As câmaras estão sempre ligadas”.
A cultura da Microsoft não mudou. A Solution Sales Manager admitiu, no entanto, que foi necessário “potenciar ainda mais a componente da confiança, da inclusão e da flexibilidade”. A propósito salientou: “pensámos em como é que nos tornamos uma organização feliz, onde o bem estar é uma prioridade, sem com isso perdermos produtividade e efetividade”. Cada equipa discutiu internamente aquilo que melhor funcionava para a equipa, tentando respeitar as vontades e as preferências de cada um dos colaboradores. A nível da organização, adianta, “continuámos a potenciar comunidades que vão para além daquilo que é o nosso negócio e que tocam temas tão diversos como a diversidade, inclusão, sustentabilidade, bem estar”.
Segundo revelou Sónia Falcão, até o próprio papel do escritório foi repensado. “Já tínhamos redesenhado o nosso escritório para acomodar este modelo flexível e móvel de trabalho e continuámos a fazê-lo para que o escritório tenha um propósito diferente – nós não vamos lá só para trabalhar”. Uma das novidades é uma horta biológica na qual os colaboradores podem participar.
“Não é que não fizéssemos já muitas destas coisas. Tivemos foi que fazê-lo de uma forma mais intencional e adaptada a uma realidade diferente”, concluiu.
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