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Sousa Tavares: “Rui Pinto devia estar a dirigir investigações e a ser condecorado”

O comentador disse não conseguir “entender como é que Rui Pinto está quase há um ano em prisão preventiva acusado de um crime ao qual cabe a pena máxima de cinco anos. Há tantos criminosos à solta em Portugal por crimes graves e como é que o Rui Pinto está há um ano em prisão preventiva”.
Getty Images
28 Janeiro 2020, 09h08

Miguel Sousa Tavares criticou hoje o tratamento dado pela justiça portuguesa a Rui Pinto, considerando que os documentos divulgados por si estão a fazer revelações importantes.

“Rui Pinto devia estar a dirigir investigações na Polícia Judiciária e a ser condecorado no 10 de junho”, disse o comentador na segunda-feira no seu espaço de comentário na TVI.

“Ele colaborava com as autoridades francesas, alemãs e suíças e já agora. A informação que eu tinha sobre os impostos do Cristiano Ronaldo, Messi e Jorge Mendes lia na Spiegel [revista alemã] e lá dizem que foi o Rui Pinto com o Football Leaks”, afirmou.

O comentador disse não conseguir “entender como é que Rui Pinto está quase há um ano em prisão preventiva acusado de um crime ao qual cabe a pena máxima de cinco anos. Há tantos criminosos à solta em Portugal por crimes graves e como é que o Rui Pinto está há um ano em prisão preventiva”.

Miguel Sousa Tavares apontou que este caso está a levantar questões sobre “até que ponto é que é licito aos jornalistas utilizarem informações obtidas ilicitamente”, defendendo a importância destas revelações, acreditando que o interesse público impõe-se nestas situações.

“Tive dois exemplos na minha vida enquanto jornalista em que usei material que tinha sido sonegado através da violação de correspondência de documentos privados. Um deles, tratava-se de um contrato entre o Estado e uma empresa pública que violava o interesse público. No outro, eu consegui graças a isso, graças aos documentos obtidos ilicitamente, eu consegui deitar por terra uma urbanização na costa alentejana que ia ser feita à custa da corrupção de um autarca, isso não foi para a frente, eu ponderei se tinha direito em o fazer, e tinha porque o interesse publico sobrelevava-se sobre o resto”, contou.

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