De acordo com dados da S&P Global Market Intelligence, os principais bancos europeus, pelo critério do valor do ativo, registam aumento de 14% do resultado líquido no quarto trimestre de 2024 face ao trimestre homólogo de 2023.
“Os 25 maiores bancos da Europa em termos de ativos registaram um aumento anual de mais de 14% no lucro líquido do último trimestre de 2024, uma vez que se mostraram resilientes no meio da queda das taxas de juro e da incerteza geopolítica”, lê-se na análise da S&P.
Os bancos registaram um lucro líquido agregado no quarto trimestre de 2024 equivalente a cerca de 30,04 mil milhões de euros, em comparação com 26,28 mil milhões de euros no mesmo trimestre do ano anterior. Doze bancos reportaram aumentos anuais, 11 reportaram quedas e dois passaram a ter lucros depois terem registado prejuízos no ano anterior, de acordo com dados da S&P Global Market Intelligence.
O Banco Santander registou o maior resultado líquido do período, 3,27 mil milhões de euros, segundo dados da Market Intelligence. O grupo bancário espanhol reportou quase 12 mil milhões de euros em receitas líquidas de juros (NII) no trimestre. Os bancos franceses foram excluídos da amostra da receita da margem financeira devido à falta de dados comparáveis, ressalva a S&P.
Em termos de média ponderada, a margem financeira líquida média do quarto trimestre dos bancos da UE e da Área Económica Europeia desceu de 1,67% no trimestre anterior para 1,66% no último trimestre de 2024, de acordo com os últimos dados recolhidos pela Autoridade Bancária Europeia. A margem financeira como parcela da receita operacional líquida total dos bancos desceu de 62,5% para 60,3% no mesmo período de 2023.
O Banco Central Europeu cortou as suas taxas de juro de referência em 25 pontos base em Outubro e Dezembro, e o Banco de Inglaterra fez uma redução da mesma dimensão em Novembro.
Onze bancos da amostra de Market Intelligence registaram uma margem financeira mais elevada no trimestre, enquanto 10 reportaram descidas. Entre os que registaram uma queda estão os bancos de retalho, como o ING Groep NV, sediado em Amesterdão; o CaixaBank de Espanha, e o Svenska Handelsbanken AB sediado na Suécia.
“Os bancos ultrapassaram o pico da margem financeira, mas as margens mais resilientes, o crescimento do volume dos empréstimos e outros efeitos, como a cobertura de depósitos, revelaram-se benéficos”, disse Romain Miginiac, gestor de fundos da Atlanticomnium, citado pela S&P.
Por outro lado, as provisões para perdas de crédito no trimestre ficaram aquém das expectativas, principalmente devido a um ambiente macroeconómico bastante favorável e à gestão rigorosa do risco, disse Miginiac num comentário.
Dez dos bancos a amostra, incluindo o Santander, o Deutsche Bank e o Nordea Bank, registaram provisões mais baixas face ao ano anterior. Dez bancos aumentaram as provisões, enquanto três constituíram provisões em comparação com as reversões no ano anterior.
Embora as incertezas persistam, os bancos europeus estão numa posição sólida para lidar com elas, segundos os analistas da S&P Global Ratings. Estas incertezas são principalmente externas, incluindo tensões comerciais e geopolíticas.
Haverá uma erosão gradual e limitada da margem financeira em 2025, mas espera-se que uma maior receita de comissões proporcione uma proteção. Entretanto, a perspectiva para o custo do crédito é mais difícil de determinar devido à maior incerteza económica na região, disseram os analistas.
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