O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) vem alertando, desde setembro de 2024, para falhas graves e recorrentes na operação da SATA Azores Airlines. “Algumas destas falhas, que aqui elencamos, têm, na nossa opinião, impacto direto na segurança operacional, no desperdício de recursos públicos e na confiança dos trabalhadores e passageiros”, refere aquele organismo.
E especifica. “A desorganização no planeamento de tripulações, a gestão deficiente de slots e a crescente dependência de aeronaves e tripulações ACMI são apenas alguns dos sintomas de um modelo de gestão que teima em se apoiar em práticas e costumes antigos, cuja eficiência é, infelizmente, evidente”.
Por outro lado, “a insistência num suposto HUB em Ponta Delgada sem que exista, no local, capacidade técnica e logística adequada, como por exemplo para a realização de ações de manutenção, em tempo útil, às aeronaves”.
A nomeação para cargos de chefia e outras funções técnicas, refere ainda o SPAC, nas Operações de Voo e Direção de Treino e Formação, continua a processar-se sem critérios objetivos, tão pouco transparentes, dando lugar a perceções de favorecimento e nepotismo que minam a confiança na liderança interna.
“O uso recorrente a convites para voar em dias de folga, a desigualdade na distribuição do trabalho e a opacidade dos processos de progressão profissional, entre outras práticas correntes, geram desmotivação e instabilidade”.
Finalmente, “o silêncio da Administração, perante os alertas exaustivamente repetidos pelo sindicato, ao longo dos últimos 9 meses, que concorrem para o diminuição da confiança entre as partes”.
Num momento em que decorre o processo de privatização da Azores Airlines, o Sindicato espera, também, que o Governo Regional dos Açores, verifique e valide, como anunciou, as idoneidades técnica, financeira e laboral do consórcio Newtour/MS Aviation. “Esta última é, para o SPAC, condição essencial para proteger os trabalhadores e garantir que a operação se mantém com os mais elevados padrões de qualidade e respeito pelos direitos laborais.
A ausência, até ao momento, da publicação das contas consolidadas de 2024 apenas adensa as dúvidas sobre a real situação financeira da empresa e fragiliza a transparência do processo, com consequências imprevisíveis e indesejáveis.
“O SPAC manter-se-á firme na defesa dos seus associados e da sustentabilidade da operação da Azores Airlines. Continuaremos vigilantes e não hesitaremos em recorrer, para tal, a todos os meios legais e institucionais ao nosso dispor”, conclui o comunicado da SPAC.
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