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Sporting ganha perdão de 94,5 milhões do Novo Banco e do BCP

O acordo prevê que o Sporting compre por 30 cêntimos cada um dos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em ações (VMOC) detidos pelo Novo Banco e pelo Banco Comercial Português, que pagaram um euro por cada um destes títulos.
4 Maio 2018, 09h33

O Sporting Clube de Portugal vai beneficiar de um perdão de dívida bancária de cerca de 94,5 milhões de euros, depois de ter acordado comprar as posições do Novo Banco e do BCP na estrutura financeira do clube por 30% do valor pago pelos bancos, noticia o “Correio da Manhã”.

O acordo prevê que o Sporting compre por 30 cêntimos cada um dos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em ações (VMOC) detidos pelo Novo Banco e pelo Banco Comercial Português (BCP), que pagaram um euro por cada um destes títulos.

O jornal explica, num artigo assinado por Hugo Real, que os VMOC foram emitidos em 2011 e 2014 e traduzem a conversão das dívidas que o clube tinha à banca em títulos que posteriormente são convertidos em ações. Ou seja, a dívida é convertida em capital da Sporting SAD.

Nesta altura, o BCP detém 83,4 milhões de euros em VMOC, enquanto o Novo Banco detém 51,4 milhões de euros.

O “Correio da Manhã” refere que os bancos já terão provisionado parte destes valores nas suas contas.

O anúncio da operação já tinha sido feito pelo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, num artigo de opinião publicado esta semana, o que levou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a solicitar esclarecimentos.

Imparidades do Novo Banco ultrapassaram 2 mil milhões

O Novo Banco anunciou prejuízos recorde de 1.395,4 milhões de euros no ano passado, devido a 2.056,9 milhões de euros de imparidades.

Na mesma altura, foi também tornado público que seria ativado o Mecanismo de Capital Contingente no montante de 791,7 milhões, a cargo do acionista Fundo de Resolução.

Devido a esta situação, o ministro das Finanças, Mário Centeno, já explicou que que o impacto do financiamento do Novo Banco no défice orçamental deverá ser de 792 milhões de euros, ou seja, do total do valor que o fundo de resolução tem disponível, e não só dos 450 milhões de euros que o Estado vai emprestar.

Os bancos portugueses contribuem, através de impostos, para o fundo, que tem garantias do Estado. Como o fundo não tem atualmente capital para cobrir a totalidade da injeção prevista para o Novo Banco, o Estado irá emprestar 450 milhões de euros.

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