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Startup Aplanet cria software para ajudar empresas a serem sustentáveis

A tecnológica venceu a fase nacional do concurso de inovação da Zurich e está agora a trabalhar com a seguradora numa solução que proteja as futuras gerações. Carlos Fonseca, chefe de operações da Zurich Portugal, disse ao Jornal Económico que o grupo trabalha hoje com dez startups.
12 Fevereiro 2020, 09h15

A startup que venceu a fase nacional do concurso de inovação da Zurich tem menos de um ano de vida mas mostra sinais de maturidade quando o assunto é sustentabilidade ambiental e social. Financiada por business angels e por sociedades de capital de risco, como a espanhola All Iron Ventures, a Aplanet criou um software as organizações poderem gerir e estabelecer a sua estratégia de sustentabilidade, monitorizando o impacto das medidas implementadas com base, por exemplo, nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas).

“Os nossos produtos já estão em utilização por parte de diversas organizações e em vários mercados. São usados como ferramenta para a gestão de programas de ação social e práticas de sustentabilidade. A título de exemplo, destacamos, em Portugal, o município de Braga e a Nova School of Business and Economics”, explica Margarida Soares, country manager da Aplanet Portugal, ao Jornal Económico (JE).

Nos primeiros dez meses de atividade a empresa – com sede em Bilbao e escritórios em Lisboa, Madrid e São Paulo – teve uma faturação de 200 mil euros, fruto da colaboração com mais de dez multinacionais, PME e ONG. A partir de agora, os 15 colaboradores da Aplanet têm mais uma missão, a de auxiliar a Zurich a proteger as futuras gerações, pelo que, até ao próximo mês de junho, as duas empresas irão desenvolver um plano para, mais tarde, implementar um piloto.

“Em conjunto vamos discutir como imaginamos o futuro dos seguros e de que forma podemos inovar para continuar a transformar o setor”, explicou Carlos Fonseca, Chief Operating Officer (COO) da Zurich Portugal, ao JE. Segundo o executivo da companhia de seguros, esse documento será depois avaliado pelos jurados regionais da Europa, Médio Oriente e África. Das quatro fases regionais (EMEA, América do Norte, América Latina e Ásia-Pacífico) serão escolhidas oito startups e, para a grande final, só restarão três – que poderão, a nível local, desenvolver os tais pilotos. Neste momento, o grupo Zurich está a trabalhar com dez startups.

“No entanto, como o propósito do concurso não passa apenas por trabalharmos com as vencedoras globais, mas sim com todas as que contribuírem para acelerar a inovação do setor dos seguros, todos os finalistas da região EMEA – incluindo a Aplanet – serão convidados a marcar presença na EMEA Expo em julho”, salienta Carlos Fonseca, acrescentando que estas pequenas empresas poderão expor produtos e/ou serviços.

Portugal tem desenvolvido inúmeras iniciativas de incentivo e apoio a startups e o ambiente que se vive é propício ao empreendedorismo e ao crescimento de empresas com negócios inovadores. Com todas estas características reunidas e com o apoio que um líder mundial como a Zurich pode proporcionar estou confiante de que, a partir de Portugal, vamos encontrar respostas para os problemas globais” – António Bico, CEO da Zurich Portugal

O software da Aplanet é composto por quatro módulos: Sustainability Analytics [para gerir e integrar dados não-financeiros ou ESG (Environment, Social and Governance)]; Community (para reportar e analisar o impacto de ações de responsabilidade social; Materiality (para identificar temas prioritários) e Equality (para gerir planos de diversidade e inclusão).

Questionada sobre se é possível adquirir apenas um dos módulos, Margarida Soares referiu que o cliente pode escolher as funcionalidades que acredita darem “a melhor resposta” às suas necessidades ou que se adaptem melhor “à etapa em que se encontram na estratégia de RSC”, mas, ao ter os quatro, pode-se centralizar a informação toda numa plataforma.

A sustentabilidade dentro das empresas não se trata apenas de otimizar os seus recursos económicos. Enquanto entidades estruturadas, com recursos económicos e humanos, as organizações têm a grande responsabilidade de gerar valor social e ambiental às suas comunidades, bem como dar resposta a diversos problemas a nível global” – Margarida Soares, country manager da Aplanet Portugal

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