A startup portuguesa Propel, que desenvolve tecnologia para a área dos Recursos Humanos (HRTech) fechou uma ronda de investimento de 2,5 milhões de euros liderada pelo fundo de capital de risco neerlandês No Such Ventures, que contou ainda com a participação da APX (Axel Springer & Porsche), Golden Egg Check e Future of Learning Fund.
A empresa fundada em 2020 por um trio de empreendedores – Sunkanmi Ola, Seun Owolabi e Abel Agoi – criou uma plataforma digital de serviços de gestão para comunidades e talentos, onde se inserem grupos de programadores, incubadoras ligadas à qualificação, centros de formação, instituições financeiras (para empréstimos, financiamento de ativos…), entre outros.
“Defendemos formas mais sustentáveis de contratar e desenvolver canais de talentos. Em vez de implementar práticas oportunistas ou extratoras, participamos profundamente nos ecossistemas, recorrendo à nossa tecnologia proprietária para encontrar os melhores talentos nas comunidades”, garantiu o cofundador e responsável de Estratégia da Propel, Seun Owolabi.
“Quando colocamos pessoas em empregos, a nossa receita é partilhada com a comunidade a que pertencem, reinvestida em programas e iniciativas necessárias para atrair mais pessoas para a tecnologia”, afirmou, de acordo com o comunicado enviado esta segunda-feira ao Jornal Económico.
A nova injeção de capital eleva para 3 milhões de euros o total captado e permitir-lhe-á lançar outras funcionalidades na plataforma que já foi utilizada por multinacionais como Porsche, Mercedes, Orange Telecoms ou Farfetch.
A startup – incubada e com sede no Parque de Ciência e Tecnologia da Região de Aveiro (PCI Creative Science Park Aveiro Region), na Universidade de Aveiro Incubator – tem-se destacado por trabalhar com ecossistemas emergentes. “A nossa visão é uma África capacitada que pode resolver os problemas tecnológicos do mundo”, sintetiza o cofundador e CEO da Propel.
Sunkanmi Ola, que faz parte da lista “30 Under 30” da revista “Forbes África” devido à agência de publicidade nigeriana Syracuse Africa, explica: “As comunidades de tecnologia, especialmente em mercados com elevado crescimento como em África e dentro de grupos subrepresentados, surgiram aos milhares para cobrir as enormes lacunas em educação, capacitação e inclusão. Elas descobrem, melhoram as suas competências e orientam os seus talentos através da organização de hackathons, eventos, cursos, formação, ensino individual para responder às tendências globais mais rapidamente do que os métodos tradicionais. No entanto, estão constantemente a tentar resolver os problemas na last mile para os seus membros nomeadamente o acesso ao trabalho e a financiamento”.
Na prática, a Propel conecta grupos de talentos em código, análise de dados e outras capacidades, oferecendo às organizações recursos em troca de infraestrutura para esse last mile. Assim sendo, trabalha com mais de 100 comunidades de tecnologia com cerca de 400 mil membros em 15 países, como por exemplo a “SheCodeAfrica”, a “Ingressive for Good” ou a “Niyo Network”, com bootcamps Web2 e Web3 para mulheres negras.
“A abordagem única e focada na comunidade da Propel para impulsionar a economia aberta de talentos, diferencia-a e é uma adição sólida à categoria do futuro do trabalho”, crê a investidora Sophie Heijenberg, do No Such Ventures. Para a diretora executiva da incubadora da Universidade de Aveiro, Adriana Costa, trata-se de uma abordagem “inspiradora” para o “problema global” que é a falta de habilidades tecnológicas.
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