[weglot_switcher]

Startup Hostmaker promete gerir casas e trazer poupança aos proprietários

A britânica Hostmaker, que conta com uma carteira de 200 imóveis em Lisboa, tem “vários mercados em mente” para expansão ao longo de 2019.
  • Cristina Bernardo
7 Março 2019, 10h15

Inês Nobre recebe-nos num 5º andar na Rua dos Fanqueiros, em Lisboa. O apartamento, em plena Baixa, soalheiro e com decoração a madeira, está pronto para nos receber e a qualquer turista que ali se queira hospedar durante as férias pela capital portuguesa. Com um kit de boas vindas com produtos portugueses na mesa, esto imóvel foge ao padrão decorativo dos hostels ou dos hotéis de luxo. A pensá-lo ao pormenor esteve uma startup britânica fundada há cerca de quatro anos, a Hostmaker.

“Lisboa foi a primeira cidade na qual entrámos em 2018. Durante três anos, o foco foi Londres, Roma, Barcelona e Paris – as nossas cidades fundadoras – e, depois, começou a expansão para a Europa, mesmo em países nos quais já estávamos, e na Ásia”, conta a general manager de Portugal. Aos 12 meses de atividade em Portugal, este jovem-negócio já contava com 200 casas sob gestão. “Três mercados fundadores atingiram este número ao fim de três anos, e nós alcançámos apenas num. Lisboa teve um crescimento enorme”, sublinha a diretora-geral no país.

A empresa garante que já gerou mais de 50 milhões de euros para proprietários em todo o mundo e permitiu aos proprietários da capital terem rendimento extra. Em causa está o facto de ter foco na qualidade e no design das casas que tem em carteira, bem como na análise ao mercado para rentabilização do serviço. Uma das apostas tem sido os “Welcome Wizards” – i.e. convidados locais que estão prontos para fazer o check-in dos hóspedes, recebem-no pessoalmente, contam-lhe tudo acerca da casa onde se vão instalar e sugerem locais a visitar na capital portuguesa, por exemplo.

As ambições não se ficam por aqui. A Hostmaker quer superar a barreira da dezena de cidades nas quais está presente (Londres, Paris, Roma, Madrid, Barcelona, Lisboa, Cannes, Florença, Dubai e Banguecoque) e, segundo adiantou Inês Nobre, há várias geografias “em mente” para expansão ao longo de 2019. “Vai ser um ano tão expansivo que acho que será por todo o lado. Estamos a trabalhar para perceber quais serão os novos mercados”, explicou a responsável pelo mercado português.

A Hostmaker é também parceira da Marriott no projeto-piloto de alojamento local desta cadeia de hotéis em Londres, Paris, Roma e Lisboa. Com este acordo, a Hostmaker teve de se adaptar às exigências dos clientes do grupo hoteleiro e investir essencialmente na área tecnológica, como por exemplo no website da TPH, e na de recursos humanos, uma vez que foram criadas equipas específicas para gerir os apartamentos e atender os hóspedes da Marriott. Numa resposta conjunta enviada ao semanário, a Hostmaker e a Marriott asseguraram que não têm qualquer vínculo a nível de participação de capital. “A especulação sobre aquisição de partes da empresa não tem fundamento e devia ser removido”, defendem.

No final do ano passado, após ter sentido a necessidade de ter uma plataforma que reunisse o seu portfólio global de imóveis, Hostmaker ‘deu o salto’ e lançou uma plataforma própria de alojamento local, a «Stayy with Hostmaker». “Da experiência que tínhamos nos últimos três anos, havia imensa gente que nos enviava mensagem após a estadia e perguntava: «como é que posso ter a certeza de que, na próxima vez que viajar, fico numa casa Hostmaker». As pessoas queriam reservar uma casa diretamente com a Hostmaker e não tínhamos essa possibilidade.”

As casas geridas por esta marca continuam disponíveis para reserva em websites/aplicações como Airbnb, Booking.com, Tripadvisor, etc. – que, na realidade, passam a ser parceiros e concorrentes. “O Stayy é recente mas não pretende substituir ou aniquilar plataformas como o Airbnb. Damo-nos bem. A nossa plataforma é semelhante mas não temos intenção de deixar de trabalhar com eles”, assegura Inês Nobre.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.