[weglot_switcher]

Startups apoiadas pela União Europeia criaram 520 mil milhões em valor empresarial

Com este relatório, a Dealflow.eu e a Dealroom vêm provar o valor das startups europeias financiadas pela UE, num esforço para alavancar ainda mais a inovação na Europa e fazer frente à concorrência dos EUA.
5 Março 2025, 14h41

O Relatório Accelerating European Innovation, compilado pela Dealroom, Dealflow.eu, Europe Startup Nations Alliance (ESNA) e EU-Startups, sobre o ecossistema de startups apoiadas pela União Europeia (UE), revela que as subvenções e programas-quadro da UE, como o Horizonte Europa, ajudaram a que startups e scaleups inovadoras tivessem uma criação de valor de 520 mil milhões de euros.

Os programas da UE apoiaram as startups europeias com 12 mil milhões de euros de financiamento e estas startups angariaram 70 mil milhões de euros adicionais em financiamento de capital de risco.

“As empresas apoiadas estão, agora, coletivamente valorizadas em 520 mil milhões de euros. Este valor representa 10% de todas as startups apoiadas por capital de risco na Europa”, revela a Dealroom em comunicado.

O relatório combina dados da Comissão Europeia com informação global sobre startups da Dealroom, analisando mais de 13.600 startups apoiadas pela UE. Este relatório constitui a primeira avaliação completa do impacto dos programas de apoio às startups da UE no crescimento e na inovação.

Os casos de sucesso como a BioNTech, que desenvolveu uma vacina contra a Covid, e a ARM, líder na tecnologia de chips móveis, “demonstram o grande potencial de inovação das empresas europeias”, acrescenta a Dealroom.

“Embora a ARM tenha beneficiado de um programa-quadro anterior da década de 1990 e não esteja incluída na avaliação de 400 mil milhões de euros das atuais startups, a sua inclusão eleva o valor total da criação de valor para 520 mil milhões de euros”, acrescenta.

Thijs Povel, Managing Partner na Dealflow.eu afirma no comunicado que “ao combinar os dados internos da Comissão Europeia com os dados da Dealroom, pudemos obter perspetivas muito interessantes sobre o destino e os resultados do financiamento público”.

“Estamos muito satisfeitos por ver que as startups apoiadas pela UE conseguiram quase multiplicar por seis vezes o seu financiamento público de 12 mil milhões de euros, angariando mais de 70 mil milhões de euros em financiamento privado e realizando um valor empresarial de 520 mil milhões de euros. Dito isto, ficámos chocados ao ver que apenas 5% dos 225 mil milhões de euros de financiamento público foram para startups e esperamos que esta atribuição mude nos futuros programas-quadro”, sublinha Thijs Povel.

Cerca de 74% das startups apoiadas pela UE fabricam produtos físicos, sobretudo em áreas tecnológicas de ponta, em comparação com 25% no ecossistema europeu total. O apoio da UE também desempenha um papel fundamental em setores como a tecnologia espacial, os semicondutores, a tecnologia climática e a robótica.

Estas startups apoiadas pela UE têm também uma taxa de sucesso significativamente maior entre as rondas de capital de risco, em comparação com as startups europeias apoiadas por capital de risco que não receberam qualquer financiamento da UE, segundo o relatório.

“Estas conclusões mostram o papel importante que os programas da UE desempenham, muitas vezes na fase early-stage, na redução do risco da trajetória de crescimento dos campeões tecnológicos europeus”, defende a Dealroom que está a partilhar estes dados pela primeira vez.

Yoram Wijngaarde, fundador e diretor executivo da Dealroom,  diz que “este relatório mostra que o financiamento público pode reduzir o risco da inovação inicial e abrir caminho ao capital privado, com resultados muito positivos. Para além da pura criação de valor, o sucesso de empresas importantes a nível mundial, como a BioNTech e a ARM, representa uma grande vitória estratégica para a Europa em áreas tecnológicas fundamentais. Dado que estas empresas são capazes de proporcionar retornos tão transparentes, mensuráveis e promissores, há fortes razões para aumentar a sua afetação em programas futuros”.

Com este relatório, a Dealflow.eu e a Dealroom vêm provar o valor das startups europeias financiadas pela UE, num esforço para alavancar ainda mais a inovação na Europa e fazer frente à concorrência dos EUA.

O relatório é lançado pelo fundador e Diretor Executivo da Dealroom, Yoram Wijngaarde, no MWC e no 4YFN em Barcelona.

Os resultados do relatório serão apresentados no VentureBridge, a 7 de março, no The Social Hub, também em Barcelona.

Principais conclusões do relatório

O relatório revela que apenas 5% do financiamento da UE para a inovação é atribuído a startups, apesar do seu papel fundamental no futuro da Europa e na inovação mundial.

Ao longo dos últimos três programas-quadro da UE, 13 600 startups receberam financiamento, num total de 12 mil milhões de euros da UE e 70 mil milhões de euros de capital de risco privado, tendo já o valor de 520 mil milhões de euros.

As startups apoiadas pela UE, especialmente em setores de deep tech como IA, robótica e tecnologia climática, têm taxas de sucesso mais elevadas e apresentam resultados promissores, embora a maioria permaneça em fases iniciais, necessitando de mais financiamento para escalar.

A complexidade e o atual número de programas de financiamento da UE criam desafios para as startups acederem ao apoio disponível.

O financiamento da UE constituiu uma plataforma de lançamento de sucesso para as startups e pode ser considerado um terreno de busca frutuoso para os investidores privados financiarem rondas posteriores, conclui o relatório.

O documento avança algumas das recomendações para a Comissão Europeia. Nomeadamente expandir o investimento em startups. Isto é, aumentar a atribuição de financiamento às startups no programa sucessor do Horizonte Europa (10.º PQ) para capitalizar o seu impacto económico e social mensurável.

O relatório recomenda ainda simplificar os mecanismos de apoio. O que implica consolidar programas fragmentados numa via única para as subvenções, equidade e tutoria, com base no trabalho atual da ESNA e do EIC.

Promover visibilidade é outra recomendação. Isto é, intensificar as cimeiras de startups da UE e os pitch days para conectar startups apoiadas pela UE a investidores privados e empresas.

O relatório defende que é preciso tirar partido das plataformas digitais: Ampliar as ferramentas existentes, como a Dealfllow.eu e o Innovation Radar, com informações em tempo real sobre as startups e criação de parcerias para capacitar as partes interessadas.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.