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STI: Trabalhadores devem ter formação e perfil para o atendimento telefónico

Com o diploma das carreiras especiais da AT, as 14 carreiras até aí existentes deram lugar a duas: Gestão Inspeção Tributária e de Inspeção Tributária de Aduaneira, sendo necessário assegurar os concursos que permitem aos trabalhadores integrados nas carreiras subsistentes serem integrados nas novas.
23 Janeiro 2021, 09h51

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos considera que os trabalhadores alocados para reforçar o atendimento telefónico da AT devem ter mais formação e que a seleção para este serviço deve ter em conta o seu perfil.

Numa entrevista à Lusa, um ano após ter assumido a presidência do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), Ana Gamboa assinala o reforço que, devido à pandemia de Covid-19, foi necessário fazer nos meios de atendimento à distância, como o E-Balcão e o Centro de Atendimento Telefónico (CAT), embora entenda que não foi dada a devida formação nem feita a seleção das pessoas com o perfil necessário para este tipo de serviço.

“Porque não basta ter o conhecimento técnico para se desempenhar estas funções de atendimento telefónico, é necessário um determinado perfil e pensar neste reforço de uma forma mais estrutural porque perspetiva-se que possa ser algo para continuar independentemente da pandemia”, argumenta a presidente do STI, assinalando que a AT já mostrou disponibilidade para criar um recrutamento interno para esse efeito.

Num balanço do seu primeiro ano à frente do STI (onde sucedeu no cargo a Paulo Ralha), Ana Gamboa refere que, nas negociações com a tutela, o sindicato tem explorado a via “da diplomacia sindical”, tentando antecipar e avançar com propostas sobre os variados temas, mas espera que depois dos atrasos impostos pela pandemia em matérias relacionadas com o novo sistema de carreiras (como a abertura ou conclusão de procedimentos pendentes ou abertura de concursos de transição para a nova carreira), “2021 seja o ano em que a porta do passado se fecha” através da conclusão destes procedimentos.

Com o diploma das carreiras especiais da AT, as 14 carreiras até aí existentes deram lugar a duas: Gestão Inspeção Tributária e de Inspeção Tributária de Aduaneira, sendo necessário assegurar os concursos que permitem aos trabalhadores integrados nas carreiras subsistentes serem integrados nas novas.

A esta questão junta-se a necessidade de regulamentação do diploma que procedeu à revisão das carreiras especiais da Autoridade Tributária e Aduaneira.

Apesar da disposição para explorar a via da “diplomacia sindical” e aproveitar a disponibilidade da outra parte em dialogar e negociar – processo que já deu alguns frutos com o Governo a aceitar incluir algumas das propostas do STI no diploma que há de regular o sistema de avaliação permanente e cuja versão final ainda não é conhecida – Ana Gamboa assinala que o sindicato não deixará de tomar uma posição de força se e quando tal for necessário.

“Apesar de este ano não ter sido um ano de grandes avanços, houve algum trabalho e progresso, e quando vemos que do outro lado há abertura para dialogar procuramos aproveitar isso, mas vamos ver”, sublinha.

A segurança e saúde no trabalho foi outra das áreas onde em 2020 se deu um passo “pequenino, mas relevante”, com a preparação da regulamentação destes serviços para os trabalhadores da AT.

A presidente do STI realça também a situação dos trabalhadores da AT que pertencem a carreiras gerais, mas que, por falta de pessoal, desempenham funções técnicas, alguns há vários anos, e que não podem transitar para as novas carreiras especiais, porque tal não está contemplado no diploma.

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