Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan, exortou a China a conter o seu “aventureirismo militar” numa altura em que as tensões entre os dois lados atingem o seu nível mais elevado nas últimas décadas. Pequim aumentou a pressão militar e diplomática sobre Taiwan desde que Tsai Ing-wen assumiu o poder em 2016.
“Devemos lembrar às autoridades de Pequim que não julguem mal a situação e evitem a expansão interna do ‘aventureirismo militar’”, disse a presidente este sábado no seu discurso de Ano Novo.
Tsai acrescentou que as autoridades em Pequim “deveriam impedir a disseminação do aventureirismo militar dentro das suas fileiras” – o que recorda as incursões de aviões chineses ao interior do espaço aéreo de Taiwan sem se preocuparem com qualquer autorização prévia.
“O uso de meios militares não é absolutamente uma opção para resolver as diferenças entre os nossos dois lados”, disse ainda. Tsai Ing-wen afirmou que para aliviar a tensão na região, Taipei e Pequim devem “trabalhar duramente para cuidar e acalmar as pessoas” a fim de encontrarem soluções pacíficas e comuns para os problemas.
No seu discurso de ano novo, o presidente da China, Xi Jinping, declarou que “a reunificação completa de nossa pátria é uma aspiração partilhada pelo povo”, tanto na China como em Taiwan.
Após o discurso de Tsai, Zhu Fenglian, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan em Pequim, disse que “estamos dispostos a empenhar-nos numa perspetiva de uma reunificação pacífica. Mas se as forças separatistas da ‘independência de Taiwan’ continuarem a provocar e a coagir, ou mesmo a cruzar qualquer linha vermelha, teremos que tomar medidas decisivas”.
A luta pela independência só atirará Taiwan para um “abismo profundo” e trará uma “catástrofe enorme”, acrescentou Zhu.
Em outubro do ano passado, o Ministério da Defesa de Taiwan alertou que as tensões militares com a China atingiram o seu ponto mais alto em quatro décadas, depois de um número recorde de jatos chineses entraram na sua zona de defesa aérea.
Pequim também intensificou os esforços nos últimos anos para isolar Taiwan no cenário internacional e considera qualquer declaração formal de uma Taiwan “independente” como uma provocação.
Tsai disse ainda que Taiwan continuaria a monitorizar a situação em Hong Kong, acrescentando que a interferência nas recentes eleições legislativas e as prisões da semana passada de ativistas pró-democracia do Stand News “fez com que as pessoas se preocupem ainda mais com direitos humanos e liberdade de expressão” na cidade chinesa.
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