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Taiwan quer laços de segurança “mais estreitos” com EUA e comprar mais armas

Em meados de fevereiro, o líder de Taiwan, William Lai, anunciou que o seu Governo iria procurar aumentar este ano as despesas militares para 3% do PIB (atualmente rondam os 2,45%), depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter sugerido, na campanha eleitoral, que Taipé deveria pagar a Washington pela sua defesa.
8 – Taiwan
5 Março 2025, 07h53

Taiwan quer estabelecer laços de segurança “mais estreitos” com Washington e vai tentar comprar mais armas aos Estados Unidos, afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Wu Chih-chung, numa entrevista publicada hoje pela agência Bloomberg.

“Penso que há uma forma de estreitar as relações de segurança, não oficialmente, com os Estados Unidos (…). Estamos a rezar para que aconteça e isso também enviará uma mensagem à China para que não toque em Taiwan tão facilmente”, disse Wu.

Em meados de fevereiro, o líder de Taiwan, William Lai, anunciou que o seu Governo iria procurar aumentar este ano as despesas militares para 3% do PIB (atualmente rondam os 2,45%), depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter sugerido, na campanha eleitoral, que Taipé deveria pagar a Washington pela sua defesa.

“Se aumentarmos o nosso orçamento para a Defesa, a consequência será definitivamente a compra de mais armas americanas, porque os europeus não as querem vender. Até o Japão tem muito cuidado com isso”, admitiu o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da ilha.

As recentes críticas do líder republicano causaram grande preocupação em Taiwan, uma ilha governada autonomamente desde 1949 e considerada pelas autoridades de Pequim como “parte inalienável” do território chinês.

Há mais de sete décadas que os Estados Unidos estão no centro das disputas entre as duas partes, uma vez que Washington é o principal fornecedor de armas a Taipé e, embora não mantenha relações diplomáticas com a ilha, poderia defendê-la em caso de conflito com Pequim.

Wu excluiu a possibilidade de o Governo de Taiwan adotar medidas “mais drásticas”, como o desenvolvimento de armas nucleares, para se defender da China, pois isso daria a Pequim “uma razão para atacar a ilha”.

“A mensagem que estamos a enviar ao mundo sobre a China é que não lhe daremos qualquer desculpa para atacar Taiwan”, afirmou.

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