O governo norte-americano, através do seu emissário especial para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, vai regressar esta segunda-feira às negociações com os talibãs afegãos, na tentativa de as duas partes conseguirem um acordo de paz que satisfaça as partes em confronto.
Os encontros entre as duas partes têm sido regulares – e costumam acontecer no Catar, onde os talibãs têm uma representação política. Khalilzad tem desenvolvido uma intensa atividade diplomática em torno do Afeganistão. Para além de já ter visitado o país, o emissário especial esteve ainda há pouco tempo na China, Paquistão e Índia, no sentido de encontrar um caminho o mais alargado possível para a paz.
A Europa também tem sido informada do que se passa na frente afegã: Khalilzad esteve na Bélgica, Alemanha e Turquia com a mesma finalidade.
A última reunião confirmada com os talibãs ocorreu em Abu Dabi, no final de 2018. Já depois disso, os talibãs ameaçavam suspender o diálogo com Washington, acusando os norte-americanos de se “distanciarem do programa” estabelecido em Abu Dabi e de “acrescentarem unilateralmente novos temas”.
Um desses novos temas é a vontade manifestada pelos Estados Unidos de colocarem os talibãs em conversações diretas com o governo afegão, mas os rebeldes negam entrar nesse diálogo, argumentando trata-se de uma administração “fantoche”.
A guerra do Afeganistão opôs inicialmente (de outubro a novembro de 2001), os Estados Unidos, com a contribuição militar da organização armada muçulmana Aliança do Norte e de outros países ocidentais (Reino Unido, França, Canadá e outros), ao regime talibã. A invasão do Afeganistão, liderada pelos norte-americanos, teve início em 7 de outubro de 2001, à revelia das Nações Unidas, com o objetivo declarado de encontrar Osama bin Laden e outros líderes da Al-Qaeda. Na altura, muitos países afirmaram a sua discórdia em relação à ação, levada a cabo pelo presidente Bush.
Em 22 de junho de 2011, o presidente Barack Obama anunciou que os Estados Unidos dariam início à retirada sistemática de soldados e equipamentos do país naquele ano. Em dezembro de 2014, as potências ocidentais da NATO encerraram oficialmente as suas missões de combate no Afeganistão, assumindo uma postura de apoio ao governo afegão para combater os rebeldes islamitas.
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