O ex-CEO e atual COO (Chief of Operations) da TAP, Ramiro Sequeira, continua a defender que o plano de reestruturação apresentado em Bruxelas foi o salva-vidas da companhia aérea. Sem ele – e sem o resgate estatal – assegura o administrador, a empresa teria fechado.
“A alternativa [ao plano de reestruturação] seria o fecho da companhia”, disse Ramiro Sequeira esta tarde, no Parlamento.
“Eu não esqueço que era preciso entregar em Bruxelas… Eu entrei e já o processo… Quando eu entro, era preciso entregar um plano de reestruturação até ao dia 10 de dezembro de 2020. Um que fosse credível e que permitisse salvar, neste caso, 7 mil postos de trabalho. Ao dia de hoje, são 7.500 postos de trabalho. Não consigo perder perspetiva desse momento”, sublinha.
“Saíram colegas que ninguém queria que saíssem e isso… Faz parte do plano”, destaca o COO.
Foi também questionado – como seria de esperar – relativamente ao despedimento e indemnização paga à antiga administradora Alexandra Reis, que seguiria para a NAV e depois para a Secretaria de Estado do Tesouro.
Diz o ex-CEO, que sucedeu a Antonoaldo Neves no momento da renacionalização, que os motivos da saída e os detalhes da remuneração compensatória lhe passaram ao lado e que já tinha regressado às funções de COO, quando o caso se deu. Diz desconhecer cisões internas entre a ex-administradora e a ex-CEO, Christine Ourmières-Widener.
À semelhança de outros cargos executivos da empresa, diz que só tomou conhecimento do valor pela comunicação social, apesar de ontem o ex-acionista Humberto Pedrosa ter admitido que poderia ter havido outra solução para o caso.
Ramiro Sequeira não crê também que a companhia aérea tenha falta de tripulantes e rejeita que existam dificuldades na operação decorrentes dos despedimentos na TAP, efetuados ao abrigo do plano de reestruturação. Diz ainda que houve mais de 2 mil candidatos para cerca de 400 vagas disponíveis.
Não é só a TAP que tem “dores” com o recrutamento, diz o administrador da companhia. “Há uma dificuldade generalizada de contratação a vários níveis”, diz, elencando as áreas de handling, catering e outras. “A Lufthansa cancelou 36 mil voos preventivamente para este verão”, compara.
Os atrasos são “um efeito bola de neve”, explica ainda.
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