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TAP chega a acordo com a Airbus para adiar entrega de 15 novos aviões para poupar 856 milhões

A companhia aérea espera assim poupar 856 milhões de euros de investimento entre 2020 e 2022 com o adiamento de entrada em operação dos novos aviões, justificando este adiamento com o “atual momento do mercado” devido à pandemia da Covid-19.
29 Setembro 2020, 06h35

A TAP renegociou com a Airbus a data de entrega de 15 novos aviões, o que vai permitir à companhia aérea portuguesa receber mais tarde as novas aeronaves.

Os novos aviões da transportadora aérea deveriam ser recebidos até 2025, mas com o novo calendário vão ser recebidos durante o espaço de mais dois anos, até 2027.

“Está contratada com a Airbus a aquisição de 53 aeronaves (39 A320 NEO Family e 14 A330 NEO) a receber entre 2018 e 2025. Esta encomenda decorre da novação à TAP S.A. do contrato de aquisição previamente negociado e assinado entre a Airbus e a DGN Corporation”, segundo a TAP.

“Destas, foram celebrados até ao presente, contratos de cedência de posição contratual com subsequente leaseback e contratos de sale and leaseback para 18 aeronaves, das quais já foram recebidas 17 aeronaves”, acrescenta.

A TAP anuncia agora que renegociou com a fabricante europeia de aviões o adiamento da entrega dos novos aviões.

“Não obstante, foi renegociada com a Airbus o diferimento das datas de entrega de 13 aeronaves A320neo de 2012-2022 para 2025-2027 e do diferimento da data de entrega dos A330neo de 2022 para 2024”, aponta a empresa.

A TAP aponta que o “acordo já alcançado com a Airbus” vai alterar os “contratos de aquisição de
aeronaves das famílias A320neo e A330neo”, o que vai permitir reduzir o CAPEX (investimento) em 2020-2022 no valor de cerca de mil milhões de dólares (856 milhões de euros) “por forma a alcançar um melhor alinhamento com o atual momento de mercado e as perspetivas para os próximos 18-24 meses”.

Nos A320neo, o acordo alcançado pela Airbus vai permitir diminuir o número de aeronaves a entregar em 2020, “adiando algumas entregas para 2021”. A empresa aponta também que o acordo “permitiu adiar a maioria das entregas originalmente previstas para 2021 e 2022 para o período entre 2025 e 2027”.

Já em relação aos A330neo, a TAP conseguiu o adiamento para 2024 das duas aeronaves “com entrega originalmente prevista para 2022, garantindo a TAP Air Portugal a possibilidade de troca destas aeronaves por outros modelos, a avaliar em função da retoma de mercado e necessidades da TAP Air Portugal na altura”.

No primeiro semestre de 2020, saíram de operação seis aviões (três A319, um A320, um A321 e um E190), enquanto entraram em operação três novos aviões da Airbus (dois A330neo e um A321neo), e um A321neo LR entrou em processo de phase-in. A TAP conta atualmente com 108 aviões, dos quais 102 aviões estão disponíveis para a aviação comercial.

A TAP apresentou prejuízos de 582 milhões de euros no primeiro semestre, anunciou a empresa na segunda-feira, tendo registado uma diminuição de 62% no número de passageiros transportados durante os primeiros seis meses do ano.

A empresa também anunciou que prepara-se para entregar na Comissão Europeia o seu plano de reestruturação até 10 de dezembro, com Bruxelas depois a tomar a decisão final sobre o futuro da TAP, que já recebeu 500 milhões de euros de ajuda do Estado português no âmbito do empréstimo com um valor total de 950 milhões de euros, que poderá chegar aos 1.200 milhões, se se justificar.

 

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