Atualizada às 20h53
A TAP teve prejuízos de 57,4 milhões nos primeiros três meses do ano, conforme informação comunicada pela empresa esta quarta-feira à noite à Comissão dos Mercados e Valores Mobiliários (CMVM).
O valor é menor do que o registado no mesmo período de 2022 e 2019, anos em que se registaram prejuízos de 121,6 milhões e 106,6 milhões, respetivamente.
Apesar de um “aumento significativo das receitas” para os 835,9 milhões de euros, assentes numa melhoria da utilização da capacidade da frota e um aumento do número de passageiros, o resultado líquido da empresa ficou no ‘vermelho’. Ainda assim, o comunicado oficial avalia o resultado como sendo “um sólido desempenho financeiro, apesar do aumento dos custos operacionais recorrentes”.
A transportadora assinala que foram superados os níveis do primeiro trimestre de 2019, ano de referência para o sector da aviação civil.
O EBITDA recorrente ficou, nos primeiros três meses do ano, nos 120,1 milhões de euros, com o EBIT recorrente a “melhorar substancialmente” face ao primeiro trimestre do ano passado, além de 2019.
Os prejuízos de quase 60 milhões no primeiro trimestre, diz a TAP, assinalam ainda assim uma melhoria face ao mesmo período de 2022 e 2019, sendo de destacar “uma posição de liquidez sólida de 855,8 milhões de euros, devido ao forte desempenho operacional”, refere a nota enviada esta tarde.
Nas palavras do recém-empossado presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, o primeiro trimestre deste ano “mostrou uma continuidade do crescimento da procura, fazendo com que a TAP transportasse, pela primeira vez num trimestre pós-crise, mais passageiros do que em 2019”.
“A TAP apresentou neste trimestre um forte desempenho operacional e financeiro, apesar do aumento dos custos e dos desafios operacionais”, sublinha o anterior líder da SATA, que veio substituir cumulativamente a ex-CEO e ex-chairman da TAP, Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, exonerados pelo Governo a 6 de março.
Recorde-se que a gestora demitida não apresentou os últimos resultados trimestrais e anuais da TAP, em que a empresa registou lucros de 65,6 milhões de euros.
O atual CEO diz que importa enfrentar os desafios “às portas do verão” e que esse “é o caminho no qual temos de nos concentrar, caminho esse que não se pode realizar sem o esforço e dedicação de todos os nossos colaboradores”.
Número de passageiros transportados aumentou 66,9%
As contas aos primeiros três meses do ano mostram que o número de passageiros transportados aumentou em 66,9% face ao mesmo período de 2022, e que superou até o primeiro trimestre de 2019. Quanto aos voos, a empresa diz ter operado 34,2% mais voos nestes últimos três meses do que no período homólogo.
As receitas operacionais aumentaram mais de 70% (345,2 milhões de euros) face ao ano anterior, atingindo os 835,9 milhões.
O maior contributo para este aumento veio do segmento de manuntenção, que é responsável pelo encaixe de 34,4 milhões de euros, fechando o primeiro tremestre com receitas superiores a 43 milhões. Já o segmento de carga está em quebra – mais concretamente de 24,6% – tendo diminuído as receitas em quase 16 milhões.
No que diz respeito aos custos operacionais recorrentes, a empresa contabiliza 846,1 milhões de euros, um aumento de mais de 300 milhões (57,5%) face ao período homólogo.
Este número, refere a transportadora portuguesa, reflete “um maior nível de atividade, verificado pelo aumento dos custos com combustíveis” e pelo “aumento dos custos operacionais de tráfego”, na ordem dos 144,8 milhões e 54,2 milhões de euros, respetivamente.
“O balanço apresenta uma forte posição de caixa e equivalentes de caixa de 855,8 milhões de euros a 31 de março de 2023, apesar da diminuição de 60,3 milhões de euros, quando comparado com 31 de dezembro de 2022, mantendo os níveis consistentes de liquidez”, refere a empresa na comunicação aos mercados.
A dívida financeira líquida da TAP aumentou 12,1% entre dezembro e o final de março, passando para 787,1 milhões.
A nível operacional, a companhia aérea que é agora alvo de uma comissão parlamentar de inquérito destaca a reabertura de dois destinos no final deste trimestre: Nápoles (Itália) e Porto Santos, ambos sazonais para a época de verão.
Durante o último trimestre, a TAP operou um total de 95 aeronaves, uma delas exclusiva de carga. A 31 de março de 2022, quase 70% (67%) da frota de médio e longo curso consistia em aeronaves Neo.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com