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TAP diz que padrões de segurança internos e do regulador impedem voos para Venezuela

“A TAP voa há quase 50 anos para a Venezuela e quer continuar a servir a comunidade e a diáspora nacional naquela região. Todavia, não o pode fazer de momento por falta de condições de segurança, impostas tanto pelos seus standards internos, como pela ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil]”, afirmou a companhia aérea, em resposta escrita enviada à Lusa.
27 Novembro 2025, 10h24

A TAP disse hoje que a falta de condições de segurança, impostas pelos seus padrões internos e pelo regulador, não permite voar para a Venezuela de momento, garantindo que quer continuar a servir a diáspora naquela região.

“A TAP voa há quase 50 anos para a Venezuela e quer continuar a servir a comunidade e a diáspora nacional naquela região. Todavia, não o pode fazer de momento por falta de condições de segurança, impostas tanto pelos seus standards internos, como pela ANAC [Autoridade Nacional da Aviação Civil]”, afirmou a companhia aérea, em resposta escrita enviada à Lusa.

O Governo venezuelano cumpriu a ameaça e revogou as licenças de operação de várias companhias aéreas internacionais, entre as quais a TAP, acusando-as de se “unirem aos atos de terrorismo” promovidos pelos EUA.

Horas depois do prazo estipulado pelas autoridades venezuelanas às companhias aéreas, o Ministério dos Transportes da Venezuela e o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) do país anunciaram na quarta-feira a decisão, que afeta a Iberia, a TAP, a Avianca, a Latam Colombia, a Turkish Airlines e a Gol.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, reagiu hoje afirmando que o “Governo de Portugal não cede a ameaças, ultimatos ou pressões de qualquer natureza”, numa publicação divulgada nas redes sociais, acompanhada de uma imagem relacionada com a revogação da licença da TAP pela Venezuela e outra sobre a ameaça da Ryanair de deixar os Açores a partir de março.

“Em matéria de aviação civil, como em todas as áreas estratégicas, Portugal respeita as regras internacionais, as melhores práticas de segurança e a coordenação com as autoridades aeronáuticas competentes”, lê-se na publicação de Miguel Pinto Luz.

O ministro vincou ainda que Portugal “é um país livre, soberano e responsável” e que o Governo agirá “sempre com serenidade, firmeza e sentido de Estado”.

A Iberia, a TAP, a Avianca, a Latam Colombia, a Turkish Airlines e a Gol tinham cancelado voos de e para Caracas depois de a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) ter recomendado, na passada sexta-feira, que as companhias aéreas comerciais “exercessem extrema cautela” ao sobrevoar a Venezuela e o sul das Caraíbas devido ao que considera “uma situação potencialmente perigosa na região”.

Pouco antes do anúncio, o ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, reiterou que o governo do país “decide quem voa e quem não voa” e “reserva-se o direito de admissão”.

“O governo nacional, numa decisão soberana, disse às companhias aéreas: se não retomarem os voos em 48 horas, não os retomem de maneira nenhuma. Podem ficar com os vossos aviões, e nós vamos manter a nossa dignidade, e pronto, sem problemas”, declarou.


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