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TAP: EUA, Brasil e diáspora lusa são os três mercados-chave para a dona da British Airways/Iberia

A IAG garante que vai manter as ligações para estes mercados, destacando que vai continuar a assegurar a operação para os EUA, apesar de as várias companhias da IAG também terem os EUA como um mercado de destaque.
15 Janeiro 2025, 07h00

A dona da British Airways/Iberia está interessada em concorrer ao processo de privatização da TAP. A International Airlines Group (IAG) está à espera de que o Governo português lance o processo para estudar as condições, não havendo ainda uma data estipulada.

A holding sediada no Reino Unido garante que vai manter a presença da TAP nos três mercados-chave onde atua neste momento.

“Estamos interessados. Este é um negócio interessante por várias razões. Há um hub que está a ser construído. As ligações para o Brasil são excelentes e o negócio norte-americano é um bom complemento para a IAG”, disse o administrador Jonathan Sullivan.

“O processo não começou, não sabemos as condições, mas o negócio em si é interessante”, segundo o responsável, apontando para a “rentabilidade da operação, boa rede e a lealdade dos clientes”.

Destacou também a rede de rotas curtas e os “fortes mercados da diáspora portuguesa”, a par do “bom mercado entre Portugal e o Brasil”.

Aproveitou também para deixar outro elogio: “Adoramos negócios com boas marcas”.

“O mais importante é a capacidade de trazer a empresa para a IAG para cooperarmos comercialmente e trabalharmos juntos. Há muitas formas diferentes: podemos fazer isso ao nível da posição minoritária”, afirmou, destacando que, para colocar capital no negócio de forma rápida e sem exigir o investimento de outros acionistas, é preferível ter uma posição maioritária.

“Explicamos ao Governo português o que é a IAG e expressámos o nosso interesse. Dissemos que queríamos fazer um caminho para a maioria na TAP, mas com tempo”, afirmou o administrador.

A IAG convidou jornalistas portugueses a Dublin para visitarem a Aer Lingus, a companhia aérea de bandeira da Irlanda, que era detida pelo governo celta e que foi comprada pela IAG em 2015, para dar um exemplo do que pretende fazer com a TAP: manter o hub e fazer crescer a operação, se vier a vencer o processo.

Desde então, a Aer Lingus tem vindo a crescer, fez questão de salientar Jonathan Sullivan: o número total de destinos cresceu de 61 para 67 entre 2013 e 2023; o número de lugares em rotas longas cresceu três vezes para 3,5 milhões, com o número de aviões de rotas longas a subir de sete para 23.

Os Estados Unidos são um mercado importante para a IAG, com 130 voos diários e 12 milhões de passageiros transportados para 30 destinos.

Olhando só para a Aer Lingus, em 2013 voava para quatro destinos nos EUA, número que subiu para 20 destinos este ano. A diáspora irlandesa nos EUA é um ponto importante para este crescimento, mas também o facto de grandes multinacionais norte-americanas terem as suas sedes europeias na Irlanda, com muitos trabalhadores a deslocarem-se regularmente.

A IAG conta com mais de 600 aeronaves, distribuídas por sete companhias aéreas, com 115 milhões de clientes transportados em 2023, e um EBIT gerado de 3,5 mil milhões de euros. A empresa emprega mais de 72 mil trabalhadores em todo o mundo.

Dona da British Airways/Iberia garante que vai manter hub da TAP em Lisboa

A dona da British Airways e da Iberia garante que vai manter o hub da TAP em Lisboa. A International Airlines Group (IAG) está interessada no processo de privatização da companhia aérea portuguesa e admite vir a estudar as condições quando for lançado.

Os críticos da compra da TAP pela IAG receiam que o facto de a Iberia integrar este grupo pode levar à perda de força do hub de Lisboa pela TAP para o de Madrid ganhar mais força.

Em resposta a estas críticas, a IAG garante que o plano da empresa é manter o centro nevrálgico da TAP na capital portuguesa, como atualmente.

“A IAG quer desenvolver a TAP e mantê-la como uma orgulhosa empresa portuguesa, como acontece com a Aer Lingus na Irlanda, a British Airways no Reino Unido ou a Iberia em Espanha. Todas as companhias do nosso grupo retêm a sua nacionalidade”, disse o administrador da IAG, Jonathan Sullivan.

“O hub é muito importante, vejam o caso do hub de Dublin”, afirmou, apontando que desde que a IAG comprou a Aer Lingus, em 2015, a companhia irlandesa aumentou a sua operação.

“A nossa estratégia central é desenvolver os hubs. O hub de Lisboa é um ativo estratégico para a TAP e é um ativo estratégico para crescer”, acrescentou num encontro com jornalistas portugueses na sede da Aer Lingus em Dublin.

Entre as mais-valias da TAP, o administrador norte-americano destacou a “frota nova”, as “grandes rotas históricas” e o “hub maravilhoso”.

Em termos de avaliações do valor da companhia, não quis avançar com números.

Jonathan Sullivan avançou que ainda não existem datas para o lançamento do processo e que “é bom” o Governo não estar sob pressão para vender.

Aproveitou também para deixar elogios à atual gestão da TAP: “fizeram um bom trabalho de regresso à rentabilidade após a maior crise na história da aviação”.

  • O jornalista viajou para Dublin a convite da Aer Lingus
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