Os casos controversos em torno da TAP, da indemnização a Alexandra Reis ao despedimento da CEO passando pelo processo de privatização, não estão a passar ao lado da imprensa de economia em Espanha, com os media do país vizinho a evidenciar que a companhia aérea representa um autêntico “pesadelo” para António Costa e para o Governo que lidera.
O económico “Expansión” descreve que o processo referente à privatização da companhia aérea “faz tremer o Governo português”, enquanto que o também económico “El Economista” destaca apenas que o Executivo liderado por António Costa quer manter participação no capital da TAP.
Esta quarta-feira, o Governo português adiantou que planeia manter uma pequena participação na companhia aérea. O ministro das Infraestruturas, João Galamba adiantou no debate parlamentar que o Governo não irá “abdicar da salvaguarda do valor estratégico da companhia e da manutenção do hub em Lisboa”.
Mas o “Expansión” vai mais longe e descreve ao detalhe como os casos em torno da TAP têm assolado o Governo de maioria absoluta. “Os escândalos da TAP tornaram-se o principal quebra-cabeças de António Costa”, lê-se, adiantando que as polémicas têm “minado grande parte do apoio popular” que o primeiro-ministro conquistou há pouco mais de um ano.
Já o “El Economista” destaca as declarações de João Galamba. “O plano para transferir [a TAP] para mãos privadas a companhia aérea de bandeira do país vizinho promete despertar o interesse de vários concorrentes, incluindo a Iberia, que nunca descartou a vontade do seu proprietário, IAG, de querer continuar a integrar novas companhias sob o seu perímetro”, descreve.
A publicação aponta ainda declarações do primeiro-ministro português, em que Costa aponta a reprivatização “na medida do estritamente necessário”. Estas declarações foram proferidas dias após a TAP apresentar lucros de 65,6 milhões de euros, atingindo a meta dois anos antes do previsto no plano de reestruturação.
Ao “El Economista”, António Costa e Silva, ministro da Economia, explicou que a TAP era agora “uma empresa saudável” e que “as condições adequadas para a privatização tinham sido garantidas para que a Iberia e outros operadores internacionais interessados pudessem participar na mesma”. Assim, António Costa deixou a porta aberta para uma proposta da Iberia e de outros operadores.
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