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“Climes to Go”, a corrida que vai de Cascais a Glasgow e onde o vencedor é o mais sustentável

De Cascais a Glasgow, passando por Espanha, França e Reino Unido. Doze jovens portugueses embarcaram na corrida de dez dias e cerca de três mil quilómetros da “Climes to Go” onde o objetivo não é chegar primeiro, mas sim, da forma mais sustentável.
  • Climes to Go – Foto cedida
25 Outubro 2021, 17h40

Com o objetivo de ser o mais sustentável, três equipas compostas por quatro jovens partiram do Centro de Interpretação da Ponta do Sal, em Cascais, com rumo a Glasgow na passada sexta-feira, 22 de outubro. Ao todo são quase três mil kms de corrida, diz o Google e 28 de carro, passando por Espanha, França e subindo todo o Reino Unido até ao norte, até chegar à Escócia.

A iniciativa da autoria da Get2C e a Earth Watchers em parceria com a Câmara Municipal de Cascais e a Embaixada Britânica e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, do Oney Bank e do Grupo Altri foi criada com o intuito de realizar uma verdadeira corrida contra o tempo, pelo combate às alterações climáticas, rumo a Glasgow, que em novembro acolherá a Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas – COP26.

Depois do sucesso de há dois anos, onde uma equipa de três pessoas saiu de Lisboa em direção a Katowice em carro elétrico, as entidades decidiram voltar a lançar o desafio.

“O sucesso dessa iniciativa fez com que de imediato começássemos a pensar em novos e maiores desafios e entendemos que tão importante como saber o impacto do que fazemos a nível das alterações climáticas é saber comunicar esse impacto”, conta ao Jornal Económico (JE), Susana Carvalho, da Earth Watchers e Luís Costa, da Get2C.

A iniciativa desafia 12 portugueses — três equipas, compostas por quatro participantes — a fazerem uma viagem de dez dias entre Cascais e Glasgow da forma mais sustentável possível e com o maior impacto positivo nas comunidades. Os temas escolhidos para as equipas são: água, energia e produção e consumo sustentável. Desta forma, ao longo da viagem, as equipas terão de monitorizar a sua pegada hídrica e carbónica e, ainda, dar resposta a desafios previamente definidos pela organização da corrida.

Cada equipa terá também um orçamento em climas (uma moeda fictícia que avalia as suas escolhas) que perderão ou ganharão de acordo com as diversas opções ao longo da viagem (consumo de água, meios de transporte utilizados, alimentação, alojamento e performance ao realizar os desafios e tarefas). A equipa vencedora será a que terminar a competição com o saldo mais elevado.

Chegados ao COP26, a principal prioridade passa por “elevar a ambição das metas de redução de todos os países, aproximando a realidade da ação climática ao desejado 1.5° de aumento máximo da temperatura média global”, informa a dupla responsável ao JE, relembrando que “cerca de 70 países, entre os quais a China, Rússia, Brasil, Japão”, países “tão relevantes na ambição global, ainda não submeteram as suas” metas.

“Esta realidade , a manter-se, implicará que a meta dos 1.5° estará longe de ser conseguida, sendo as estimativas atuais para um aumento superior a 2.4°C”, alertam.

Os objetivos da organização passam por mobilizar a sociedade portuguesa para a urgente transição climática, demonstrar que o caminho para a descarbonização rumo à neutralidade é possível, necessário e inevitável, provar que os transportes que usam alternativas aos combustíveis fósseis também são viáveis para percorrer longas distâncias e alertar para a necessidade da adaptação e da criação de hábitos sustentáveis.

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