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Tarifas: Comissão Europeia admite que acordo com EUA “não é perfeito” para ninguém

“Não é o resultado perfeito para a UE, nem é perfeito para os Estados Unidos”, disse o porta-voz do executivo comunitário para a tutela do Comércio, Olof Gill, falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas.
29 Julho 2025, 14h29

A Comissão Europeia admitiu hoje que o acordo com os EUA, de tarifas de 15% a produtos da União Europeia (UE), não é “perfeito” para o bloco comunitário e que “tampouco é perfeito para os Estados Unidos”.

“Não é o resultado perfeito para a UE, nem é perfeito para os Estados Unidos”, disse o porta-voz do executivo comunitário para a tutela do Comércio, Olof Gill, falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas.

“Acreditamos que [o acordo] nos dá a plataforma para avançar e concentrarmo-nos em permitir que o comércio transatlântico se desenvolva, para cooperar em áreas-chave de importância económica e geopolítica num mundo instável”, acrescentou.

Indicando que as partes estão a finalizar a comunicação conjunta que oficializa o acordo alcançado no passado domingo, Olof Gill adiantou: “Estamos a tirar o melhor partido de uma situação difícil e estamos determinados a fazer com que este acordo funcione”.

A UE conseguiu, no domingo, chegar a acordo com os Estados Unidos para amenizar as tensões comerciais iniciadas em março, mas com a consciência de que este é o acordo possível e não o melhor.

O acordo comercial fixa em 15% as tarifas aduaneiras norte-americanas sobre os produtos europeus, prevendo também o compromisso da UE sobre a compra de energia norte-americana no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros), o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros) e um aumento das aquisições de material militar.

Diplomatas em Bruxelas viram este acordo como as “tarifas mais baixas possíveis” e uma “oportunidade para estabilizar as relações transatlânticas”, dado que UE e Estados Unidos são os maiores parceiros comerciais do mundo, mas a ambição europeia era maior, de tarifas zero para bens industriais europeus, como a Comissão Europeia chegou a propor.

Foi possível alcançar uma tarifa única de 15% sobre a maioria dos bens da UE exportados para os Estados Unidos, em vez dos 30% ameaçados por Donald Trump, isentando setores estratégicos como semicondutores, componentes aeroespaciais e certos produtos farmacêuticos.

Não haverá uma tarifa semelhante por parte do bloco comunitário, até porque a argumentação norte-americana incide sobre o défice comercial dos Estados Unidos face à UE.

O acordo ainda é preliminar e não totalmente oficial, com detalhes pendentes.

Previsto está que, para já, a UE não suspenda as contramedidas que tinha preparado para o caso de não se chegar a um acordo com os Estados Unidos, enquanto se aguarda a publicação oficial.

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