O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê, para este ano, um aumento de 2,8 pontos percentuais da dívida pública mundial e que se aproxime de 100% do PIB, num contexto de incerteza, devido ao impacto das tarifas lançadas pelos EUA.
“O aumento da incerteza e as mudanças substanciais nas políticas estão a alterar as perspetivas económicas e orçamentais”, alertou, no seu “Fiscal Monitor”, hoje divulgado, apontando que as tarifas dos Estados Unidos e as contramedidas de outros países “estão a contribuir para a volatilidade dos mercados financeiros, para a deterioração das perspetivas e para o aumento dos riscos”.
O FMI apontou que a desinflação “estagnou em muitos países e as projeções de crescimento, já de si dececionantes, foram significativamente revistas em baixa”.
Assim, indicou, “as projeções orçamentais estão sujeitas a uma incerteza considerável, dada a rápida escalada das tensões comerciais e os elevados níveis de ambiguidade política”.
O FMI estima assim que “a dívida pública mundial aumente mais 2,8 pontos percentuais do PIB” (Produto Interno Bruto) este ano e “se aproxime dos 100% do PIB até ao final da década, ultrapassando o pico da pandemia”.
Segundo o Fundo, prevê-se que “mais de um terço dos países registe um aumento da dívida em 2025, em comparação com 2024”, sendo que coletivamente, “estas economias representam cerca de 75% do PIB mundial e incluem os principais atores – a China e os Estados Unidos – bem como a Austrália, o Brasil, França, Alemanha, Indonésia, Itália, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Reino Unido”.
De acordo com o FMI, “num cenário adverso grave, a dívida pública mundial poderia subir para cerca de 117% do PIB até 2027, marcando níveis nunca vistos desde a Segunda Guerra Mundial”.
O Fundo acredita que, neste cenário, “os países terão de, antes de mais, pôr em ordem a sua própria casa orçamental”, acrescentando que as nações com “espaço orçamental limitado devem dar prioridade à despesa pública e permitir que os estabilizadores automáticos funcionem plenamente”.
Segundo o FMI, para os EUA prevê-se que o défice orçamental global diminua de 7,3% do PIB em 2024 para 6,5% em 2025. No caso da China, deverá aumentar de 7,3% em 2024 para 8,6% em 2025.
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