Apesar da reversão parcial das tarifas recíprocas dos EUA contra a União Europeia, a volatilidade do mercado permanece elevada. Nesse sentido a agência DBRS antecipa que isso possa também contribuir para um aumento no custo de risco de crédito (COR) dos bancos europeus a partir dos níveis atualmente baixos.
O Custo do Risco é o rácio entre a Imparidade do crédito, líquida de reversões do período (valor da Demonstração Resultados) e o saldo médio do Crédito a clientes (bruto e média das últimas 13 observações mensais).
“Os bancos europeus ainda têm de gerir sobreposições (de balcões) que poderiam ser usadas para compensar algumas das provisões potencialmente mais altas fruto das perspectivas económicas incertas”, refere a agência de notação financeira em comunicado.
“O impacto económico generalizado das decisões tarifárias dos EUA sobre os níveis de COR e sobre a qualidade dos ativos dos bancos europeus permanece altamente incerto, e é provável que aumente os níveis de custo do risco dos empréstimos e os créditos classificados em Stage 2 dos bancos europeus face aos níveis verificados em 2024”, refere Maria Rivas, vice-presidente sénior e líder do setor, European Financial Institution Ratings na Morningstar DBRS.
“No entanto, não projetamos que os bancos europeus venham a registar uma mudança drástica nos níveis do Custo do Risco ou dos créditos classificados em Stage 2 este ano, já que esperamos que permaneçam materialmente mais baixos do que durante a pandemia”, acrescenta a analista da DBRS.
Recorde-se que o crédito em Stage 2 refere-se ao crédito sem incumprimento, em que foram identificados critérios de degradação significativa do risco de crédito. Estão incluídas as reestruturações por dificuldades financeiras do cliente que não tenham ativado critérios de incumprimento
No relatório, a DBRS analisa diversos bancos europeus e destaca os portugueses, especialmente a CGD, como estando entre aqueles que registaram as maiores reduções no custo do risco desde 2023. No início deste ano, a agência de rating considerou que os lucros elevados na banca portuguesa vieram para ficar e que o nível de rentabilidade do setor entrou num “novo normal”.
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