[weglot_switcher]

Tarifas: Portugal arrisca perder 0,3% de crescimento este ano e no próximo, estima Fórum para a Competitividade

Portugal até está menos exposto ao mercado norte-americano do que a média europeia, com 45% das suas exportações isentas de tarifa contra apenas 30% na UE, mas o turismo pode penalizar particularmente a economia nacional.
17 Julho 2025, 11h08

O Fórum para a Competitividade estima que as tarifas norte-americanas possam reduzir o crescimento português este ano e no próximo em 0,3%, com impactos mais concentrados nalguns sectores como o farmacêutico ou da cortiça, isto apesar de Portugal até estar numa posição comparativamente menos vulnerável do que outras economias europeias.

Na nota relativa às perspetivas empresariais do segundo trimestre, o gabinete de estudos do Fórum começa por sublinhar que Portugal está numa posição mais favorável do que a média europeia na relação com os EUA e a sua política tarifária, dado que 45% das exportações nacionais para aquele mercado estão isentas, por enquanto, de tarifas. Para a UE, esta média é de 30%.

Ainda assim, efeitos como a depreciação do dólar face ao euro ou a redução das encomendas pelos importadores brasileiros serão inescapáveis para a economia nacional, que sofrerá também perdas de crescimento com a imposição de barreiras aduaneiras.

Particularmente revelante para Portugal será uma diminuição dos turistas norte-americanos no país, eles que cresceram “de nono mercado em 2011 para quarto em 2024, com um aumento de 748% nas dormidas, quando o total de dormidas de não residentes subiu 117% no mesmo período”.

“Por isso, somos capazes de sofrer uma perda significativa por esta via. Para além disso, os turistas dos restantes países vão ser prejudicados pela perda geral de potencial de crescimento das suas economias”, lê-se na nota do Fórum.

Perante este cenário, a UE deve trabalhar para aprofundar o mercado interno, que Mario Draghi indicou, no seu relatório do ano passado sobre a competitividade europeia, ter barreiras internas equivalentes a tarifas de 45% sobre o sector industrial e 110% nos serviços, recomenda o Fórum.

Quanto a Portugal, a resposta deve passar por atrair mais investimento direto estrangeiro (IDE) e aumentar quota em outras geografias, sobretudo em mercados de rápido crescimento e grande potencial, como a China e a Índia. Além disso, o país deve tentar facilitar o aumento da dimensão das empresas e reduzir custos de contexto, remata a nota.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.