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Tarifas: Primeiro-Ministro do Japão promete a Trump investimento antes de nova ronda de diálogo

Ishiba disse aos jornalistas que o Japão vai continuar a pressionar Washington para abandonar as tarifas e, em troca, a preparar planos de promoção do investimento japonês para criar mais empregos nos Estado Unidos.
23 Maio 2025, 08h59

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, disse hoje que defendeu “investimento, não tarifas”, numa conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, antes da terceira ronda de negociações tarifárias.

Ishiba disse aos jornalistas que o Japão vai continuar a pressionar Washington para abandonar as tarifas e, em troca, a preparar planos de promoção do investimento japonês para criar mais empregos nos Estado Unidos.

Os dois líderes conversaram pouco depois de o ministro da Revitalização Económica, Ryosei Akazawa, o principal negociador tarifário do Japão, ter partido para Washington, onde vai participar numa terceira ronda de negociações.

Nas duas rondas anteriores, os Estados Unidos não concordaram com os pedidos japoneses.

Mas Ishiba disse hoje que Donald Trump concordou em manter discussões “produtivas” nas próximas negociações.

“Expressei as minhas expectativas de que acontecesse uma discussão produtiva e concordámos”, disse o primeiro-ministro.

A chamada de hoje foi solicitada por Trump e os dois líderes discutiram, durante cerca de 45 minutos, uma série de temas, incluindo a cooperação em matéria de segurança entre os dois aliados e a recente visita do Presidente dos Estados Unidos ao Médio Oriente, disse Ishiba.

O primeiro-ministro japonês disse que os dois líderes também concordaram em manter conversações quando ambos participarem na cimeira do bloco G7 no Canadá, em junho.

Tóquio tem vindo a pedir a Washington que a isente de todas as subidas de tarifas que o Presidente norte-americano, Donald Trump, implementou desde que regressou à Casa Branca, com particular ênfase na subida de 25% sobre as importações de veículos, que representam cerca de 30% das exportações do Japão para os Estados Unidos.

Washington, por seu lado, terá pedido ao Japão para aceitar uma quota maior dos seus automóveis e produtos agrícolas.

Os direitos aduaneiros colocaram os construtores japoneses na corda bamba.

A Mazda – que constrói 80% dos automóveis que vende nos Estados Unidos fora do território norte-americano, metade no Japão – absteve-se de publicar previsões financeiras para o ano em curso, com os analistas a anteciparem prejuízos.

Já a Nissan decidiu aumentar o número de despedimentos que estava a planear, para um total de 20 mil a nível global, cerca de 15% da sua força de trabalho, avançou a imprensa local em 12 de maio.

O terceiro maior fabricante de automóveis do Japão, com sede em Yokohama, a leste de Tóquio, que já atravessava uma delicada situação financeira, anunciou um prejuízo de 671 mil milhões de ienes (4,1 mil milhões de euros) no exercício financeiro de 2024-2025.

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